Apesar de estar sendo alardeada como uma vitória do governo, que aprovou a reforma trabalhista na Câmara com 296 votos, a realidade quando se fala da reforma da previdência é outra.
Enquanto o governo precisa manter estes 296 deputados e conseguir pelo menos mais 12 para alcançar os 308 necessários para a Previdência, nenhuma notícia de novas adesões está chegando ao Planalto. Pelo contrário, somente baixas.
Nas tabelas de diversos líderes, vários deputados que votaram a favor da reforma trabalhista foram deslocados para a coluna vermelha na tabela da Previdência.
Há bancadas que não estão conseguindo garantir sequer 60% dos votos que ofereceram para a trabalhista.
Diante deste cenário, começa a haver um consenso entre líderes da Câmara que o melhor a se fazer é deixar em aberto a data da votação da reforma em plenário e ganhar tempo.
E, se o ganhar tempo começa a se cristalizar, há ainda discussões entre as lideranças da Câmara. Alguns acreditam que, com um prazo maior, será possível vencer a guerra de comunicação e obter os votos necessários para aprovar a proposta que altera o sistema previdenciário nacional.
Outros, querem usar este tempo para deixar o assunto esfriar e sequer colocar a matéria em votação, evitando desgastes eleitorais em 2018.
O receio sobre a reforma na base é tamanho que até mesmo alterar a data para a votação da reforma na comissão especial, num colegiado de 36 deputados, está sendo discutida.
A princípio, a votação na comissão está marcada para quarta e o presidente Michel Temer fará um esforço pessoal junto aos integrantes para manter o calendário.
O que acontecerá nesta sexta-feira na greve geral e as conversas do fim de semana definirão os próximos passos para pelo menos esta primeira etapa da disputa.