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Esquema rendia R$ 100 mil por mês para governador Robinson Faria, diz delatora

Ex-procuradora-geral da Assembleia do Rio Grande do Norte passou a colaborar com a Justiça e acusou Faria pagar R$ 5 mil por mês a seu filho como forma de impedir que ela entregasse esquema dos fantasmas à polícia.

O esquema de funcionários fantasmas que funcionou na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte (ALRN) quando o hoje governador, Robinson Faria, presidia a Casa, rendia R$ 100 mil por mês ao político.

A afirmação é da ex-procuradora-geral da ALRN Rita das Mercês Reinaldo, que atuou no esquema dos fantasmas e fechou um acordo de colaboração premiada com a Justiça.

Em nota, a defesa de Faria negou qualquer irregularidade por parte do governador.

De acordo com ela, Faria, que presidiu a ALRN entre 2003 e 2010, passou a lhe determinar, a partir de 2006, a inclusão de funcionários fantasmas na Assembleia.

Servidores da Casa envolvidos no esquema imprimiam os cheques para o pagamentos destes supostos funcionários, mas não os entregava aos titulares.

Eles eram trocados numa agência bancária dentro da própria Assembleia e, de acordo com Mercês, parte dos valores eram repassados ou ao então motorista de Faria ou a seu secretário, que garantiam que o dinheiro – cerca de R$ 100 mil por mês – chegasse às mãos do hoje governador.

Ainda segundo a delatora, desde que o esquema foi descoberto e passou a ser investigado, um dos assessores do governador Adelson Freitas dos Reis – preso na manhã desta terça-feira – passou falar com ela em nome de Faria – e a lhe entregar dinheiro.

Por um lado, dava uma mesada de R$ 5 mil a seu filho, que havia perdido em emprego no Tribunal de Contas do Estado.

Por outro, pedia que ela não trocasse de advogado e que não se preocupasse com o pagamento do defensor, por Faria estaria providenciando tudo.

Devido a isso, o Ministério Público entendeu que o governador estaria operando para obstruir a Justiça ao tentar evitar que Mercês entregasse o esquema à polícia.

Em seus depoimentos, ela ainda diz que a servidora da Assembleia Magaly Cristina da Silva, ligada a Faria e também presa na manhã desta terça, ofereceu dinheiro a sua filha para pagar contas do condomínio onde mora.

Em ação controlada da polícia federal, pelo menos uma das entregas de dinheiro foi filmada.

Batizada de Anteros, a operação realizou, além das duas prisões, buscas e apreensões na ALRN, na sede do governo do Estado e na casa de Robinson Faria.

DEFESA NEGA IRREGULARIDADES

O advogado Jose Luis Oliveira Lima, que defende Robinson Faria, divulgou uma nota negando qualquer irregularidade por parte de seu cliente.

“O governador Robinson Faria nega veementemente a prática de qualquer irregularidade durante seu mandato de deputado estadual, encerrado em 2010 e reforça que sempre esteve à disposição para prestar qualquer esclarecimento.

Apesar de não concordar com a diligência realizada nesta data, tem profundo respeito pela Justiça e confia no rápido restabelecimento da verdade.

Até o momento a defesa não teve acesso aos autos.”

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