O ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, preso desde outubro passado, prestou depoimento nesta quarta-feira à Polícia Federal no inquérito que investiga Michel Temer pelos crimes de obstrução da Justiça, corrupção e formação de organização criminosa.
Entre as perguntas, os investigadores queriam saber se ele foi procurado por intermediários do presidente ou se recebeu dinheiro para ficar em silêncio e não firmar um acordo de delação premiada.
Para não se autoincriminar, uma vez que se tivesse recebido dinheiro para não colaborar com a investigação poderia ser acusado de obstrução à Justiça, Cunha disse que seu silêncio nunca esteve à venda.
Ele ainda negou ter sido procurado por mensageiros de Michel Temer , do doleiro Lúcio Funaro ou de Joesley Batista para tratar da compra de seu silêncio.
De acordo com a PGR, o contexto da conversa gravada por Joesley com o presidente Temer indicava que Cunha e Funaro estaria recebendo recursos do empresário para não comprometer caciques do PMDB em seus depoimentos.
Ao negar as imputações, o ex-presidente da Câmara disse também que disse que não possui nenhuma relação com a irmã de Funaro, que foi flagrada com recursos com JBS durante a operação Patmos.
Ainda durante o interrogatório Cunha se recusou a responder a maioria das perguntas feitas à polícia alegando que se tratava de outros processos, como o caso de desvios de recursos do Fundo de Investimentos do FGTS, e que trataria desses temas dentro de cada ação penal.