Faltam 20 dias para a eleição que vai definir o próximo presidente da Câmara.
A corrida, que hoje conta com quatro nomes na disputa, deve chegar o fim do mês somente com dois: Rodrigo Maia, do DEM fluminense, e Jovair Arantes, do PTB de Goiás.
Rogério Rosso, do PSD de Brasília, que no fim do ano passado contava com o apoio de parte do chamado centrão para viabilizar sua candidatura foi vendo seus aliados migrarem para o barco de Jovair.
A maior pancada, no entanto, foi dada por seu próprio partido, que resolveu apoiar a reeleição de Rodrigo Maia e impediu que Rosso tivesse sequer a chance de pedir votos para tentar fazer deslanchar sua candidatura.
Oficialmente, Rosso diz que seguirá na disputa. Mas, na Câmara, líderes políticos dão como certa a desistência e dizem que é só uma questão de tempo até que o próprio deputado anuncie seu apoio a Jovair.
Por outro lado, está naufragando a candidatura de André Figueiredo, do PDT do Ceará. Sua ideia inicial era a de unir as esquerdas e ter o apoio do PCdoB e do PT na disputa.
A união desses partidos é importante não só para Figueiredo contar com votos, mas também para que outros deputados dele se lembrassem.
Na Câmara muitos deputados sequer sabem que ele foi ministro e, parte dos que se lembra de sua saga na gestão Dilma Rousseff, não recorda que sua pasta foi a das Comunicações.
Um dos deputados que está na disputa, em conversas reservadas, brincou algumas vezes com esse fato dizendo que, se ninguém lembra que Figueiredo foi ministro, é que ele não deve ter feito um bom trabalho.
Com o cenário se afunilando para Rodrigo Maia e Jovair Arantes, a Câmara verá uma disputa tête-à-tête entre o alto e baixo clero da Casa.
Enquanto líderes, partidos como o PSDB e PMDB já estão fechado com Maia – além de o próprio governo Michel Temer – Jovair corre por fora e tenta agradar aqueles deputados que a maior parte dos brasileiros não conhece o nome, mas que formam a maioria na Câmara.