Um dos principais defensores do ex-deputado Eduardo Cunha e do governo Michel Temer, o deputado Carlus Marun (PMDB-MS), irá agora partir para o ataque.
Ele foi escolhido o relator da CPI mista da JBS e seus aliados esperam que ele cumpra uma missão muito clara: enfraquecer o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e os delatores da JBS, em especial o empresário Joesley Batista.
Na base governista, a avaliação é que, quanto mais Janot e os executivos da JBS forem atacados, menor será o preço da fatura para livrar Temer de sua segunda denúncia por obstrução da Justiça e organização criminosa.
Este é o contexto da escolha de Marun.
O deputado ficou conhecido nacionalmente quando começou a fazer defesas enfáticas do ex-deputado Eduardo Cunha.
Durante o processo de cassação, atacou e tentou desqualificar as denúncias contra o ex-presidente da Câmara, hoje condenado a 15 anos de prisão.
“No caso de Eduardo Cunha, o que temos? Acusações e denúncias, sem profunda base legal, revestidas de notícias, mentiras e fatos que, para mim, revelam-se muito mais como resultado de omissão e não de uma deliberação por parte do deputado de querer enganar seus pares. Quando Eduardo Cunha diz que é tão-somente beneficiário de um trust financeiro, ele não está faltando com a verdade. Simplesmente, ele deixou de prestar esta informação no momento oportuno. Portanto, não vejo motivo para cassação de mandato e entendo que ao Deputado Eduardo Cunha devem ser proporcionadas todas as oportunidades de defesa, mantendo-se sua investidura como parlamentar”, disse Marun em setembro do ano passado.
Após a cassação e prisão de Cunha, a solidariedade não se esgotou e, conforme mostrou o jornal “O Globo”, ele usou dinheiro da Câmara para ir visitar o colega no presídio.
Encerrada a luta por Cunha, Marun engajou-se na defesa do governo Michel Temer. Sua tática foi semelhante à utilizada anteriormente.
Não viu nada que ligasse a mala de dinheiro carregada por Rocha Loures ao presidente Michel Temer e, nos últimos dias, passou a atacar Joesley batista, chamando-o de “cachorro” e “meliante”.
CONTRAPESO
Para não deixar todo o peso da relatoria nas mãos de Marun, haverá dois outros sub-relatores para a comissão.
As vagas ficarão a cargo de Hugo Leal (PSB) e Fernando Francischini (Solidariedade).