Como era esperado, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara aprovou um relatório que recomenda a suspensão da denúncia contra o presidente Michel Temer.
Ao todo, 39 deputados votaram favoravelmente a Temer, aprovando o parecer escrito pelo deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), e 26 foram contrários ao presidente.
Na primeira denúncia, o parecer destinado a salvar o presidente, redigido pelo também tucano deputado Abi Ackel (SP), obteve 41 votos. Naquela ocasião, 24 deputados votaram contra Temer.
Com a aprovação do parecer que pede recomenda a suspensão do processo contra Temer, o caso será enviado agora ao plenário da Câmara.
Para que o parecer seja derrubado e Temer possa ser investigado, são necessários os votos de 342 dos 513 deputados. Devido a isso, o cenário hoje é que Temer também terá uma vitória em plenário.
Nesta segunda denúncia, o presidente é acusado de ser o chefe de uma organização criminosa e de tentar obstruir a Justiça ao participar de um esquema de compra do silêncio do doleiro Lucio Funaro e do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, ambos presos.
No caso da organização criminosa, também são denunciados os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco, além dos ex-presidentes da Câmara Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves, o ex-ministro Geddel Viera Lima (o do bunker de R$ 51 milhões) e o ex-assessor especial do presidente Rodrigo Rocha Loures (o homem da corridinha com a mala de dinheiro).
De acordo com a denúncia, estes políticos desviaram recursos da Petrobras, Furnas, Caixa Econômica, Ministério da Agricultura, Secretaria de Aviação Civil e da Câmara dos Deputados.
Ao todo, segundo o Ministério Público, R$ 587 milhões foram amealhados pela organização criminosa.
Os acusados negam tais crimes e sustentam que há uma conspiração para desestabilizar o governo e derrubar Temer.
Dizem que o líder da conspiração é o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, que teria manipulado e direcionado delações premiadas, em especial a do empresário Joesley Batista, para acusar os políticos.