Com a audiência de Marcelo Odebrecht, realizada nesta manhã em Curitiba, foram concluídas as audiências com os 77 delatores da maior empreiteira do país.
As audiências eram necessárias para que os delatores revisassem as cláusulas de seus acordos de colaboração e, principalmente, dissessem que não foram coagidos para revelar e admitir crimes.
Finda esta etapa, cabe agora ao Supremo Tribunal Federal homologar as delações. Na prática, validar os acordos que dão benefícios aos réus e viabilizar que os depoimentos sobre os crimes possam ser usados em processos judiciais.
O problema é que, devido à morte de Teori Zavascki, a Lava Jato está sem relator.
Com isso, a presidente do STF terá de promover um sorteio e redistribuir o processo ou se valer da sua condição de plantonista durante o recesso do Judiciário e ela mesmo homologar as delações.
Esta segunda possibilidade, no entanto, causa temor ao mundo político. Isso porque, em casos anteriores, as delações sempre vieram a público (vazaram) após as homologações.
E, neste momento, tudo o que Michel Temer e seus principais ministros não querem é que suas ligações com a Odebrecht venham à tona.