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Cármen Lúcia dá voto para salvar Aécio, mas tenta dizer que estava junto com Fachin

Ministra acompanhou maioria e decidiu que cabe ao Congresso dar última palavra sobre medidas cautelares, mas insistência em tentar dizer que decidia algo diferente criou grande confusão na corte.

Tudo caminhava com certa tranquilidade no julgamento do STF que decidiu o seguinte: cabe ao Congresso dar a última palavra sobre medidas cautelares que afastem ou impeçam o parlamentar de exercer plenamente seu mandato.

O problema aconteceu quando a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, votou com a maioria e tentou dizer que, na verdade estava junto, em quase tudo, com o ministro Edson Fachin, que determinou o afastamento do senador Aécio Neves (PSDB-MG) do mandato.

Com isso, uma grande confusão foi criada na corte na hora de se proclamar o resultado do julgamento e os ministros tiveram de ceder para, tentando usar palavras menos incisivas, enfeitar o que haviam decido.

Na prática, as medidas cautelares incluem o afastamento da função pública, o impedimento de manter contato com outros investigados, frequentar lugares onde possam cometer novas infrações (como o Congresso), e ter determinado o recolhimento noturno ou ser impedido de viajar.

Quando votou, o julgamento estava empatado, e Cármen disse que no caso de suspensão do mandato, realmente o Congresso deveria ser ouvido. Mas, segundo ela, as outras medidas, como o recolhimento noturno, estavam ok.

Nisso, os ministros começaram a dizer coisas do tipo: mas, se um senador não pode ir à noite para o Congresso, ele vai estar impedido de exercer o mandato. Se não puder viajar, não poderá exercer o mandato integralmente. Se não puder encontrar outros investigados, não vai poder ir ao Parlamento.

Em suma, as outras medidas, na prática, impedem o exercício do mandato.

Boa mineira, Cármen insistiu que estava com Fachin em quase tudo. E começou a dizer que, nesses outros casos, o juiz deveria decidir cada situação com base no não comprometimento da atividade parlamentar.

Ou seja, ela disse que vale o recolhimento noturno, mas, se o recolhimento noturno atrapalhar o mandato, o juiz deve deixar o parlamentar trabalhar à noite.

Além disso, a presidente do STF ainda quis dizer que, apesar de objetivamente ter dado a palavra final ao Congresso, não significa que a decisão do Supremo vai ser submetida ao Parlamento, mas “encaminhada” para que os parlamentares a interpretem como decidiu o STF.

Para evitar maiores transtornos, os ministros que venceram, resolveram concordar com Cármen.

Ao invés de dizer que o Congresso pode, por exemplo, no caso do Aécio, derrubar a decisão do STF, fixaram que o caso será “enviado” ao Parlamento para “análise”.

E, ao invés de fixar que não cabem as outras medidas que impeçam o exercício do mandato, decidiram que qualquer restrição “direta ou indireta” também não será permitida pelo “juiz”.

Em bom português: cabe ao Congresso a palavra final sobre qualquer ação do Judiciário que afaste o parlamentar do mandato, por mais que Cármen tenha relutado em dizer isso.

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