Sem cash para fazer todos os pagamentos de seu setor de propina, a construtora pegava os reais da cervejaria e trocava por dólares no exterior.
Além do chamado caixa 3 - quando a Odebrecht pedia para o Grupo Petrópolis (Cervejaria Itaipava), fazer doações de campanha que depois seriam reembolsadas, a empreiteira também usou a fabricante de bebidas como uma espécie de cambista.
De acordo com delatores, a Odebrecht precisava de dinheiro vivo para fazer o pagamento de suas propinas, mas nem sempre havia o suficiente em caixa. Ai veio a ideia: quem vende cerveja costuma ter bastante papel moeda em mãos.
Veja o depoimento do ex-funcionário do departamento de propinas da Odebrecht Luiz Eduardo Soares.
Segundo os delatores da Odebrecht, criou-se uma parceria. A empreiteira recorria aos reais da cervejaria e depois depositava o montante em dólares no Antígua Overseas Bank.