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Advogado foragido e delatado diz que prova contra ele, congressistas e Temer foi manipulada

Para se defender, Tacla Duran tenta colocar num mesmo barco de injustiçados Temer, Dilma e quase todos os políticos citados na delação da Odebrecht.

Logo no início de seu depoimento na CPI mista da JBS, o advogado Rodrigo Tacla Duran, que trabalhou para a UTC e Odebrecht e que está foragido na Espanha, deu o tom de sua defesa:

"Os documentos desse sistema [Drousys, de propinas da Odebrecht] não se prestam para ser usados como prova para incriminar [a mim ou] quem quer que seja, muito menos deputados, senadores e a Presidência da República. Ou seja, a prova é viciada e nula."

Na sessão da CPI, que ainda está em andamento, Duran alegou que contratou uma perícia na Espanha que teria comprovado que o sistema de propinas foi manipulado durante e após seu bloqueio por autoridades da Suíça.

"Na denúncia do Temer os extratos aportados demonstram que sistema foi manipulado, antes durante e depois do bloqueio. As provas, no meu entender, são viciadas, todas as provas que saem daquele sistema a partir daí são viciadas.”

Além do Drousys, ele também alega que a Odebrecht manipulou dados do banco Meinl, em Antígua, no Caribe, que foi comprado pela Odebrecht para distribuir propinas.

O advogado ainda confirmou que tentou fechar um acordo de delação premiada com o Ministério Público — algo normalmente associado a quem cometes crimes. Porém, na CPI, disse que acabou não fechando os termos pois não cometeu os delitos que lhe eram imputados.

Durante o depoimento ele ainda negou que tivesse recebido dinheiro da UTC para, após operações financeiras, devolver parte dos recursos, que seriam usados para o pagamento de propina a políticos.

Admitiu, no entanto, que realmente repassava parte desses recursos a um dos advogados que também trabalhava para a UTC, mas simplesmente porque ele havia indicado o cliente.

Tacla Duran, na CPI, se esforça para se mostrar como um empresário de sucesso e que sempre andou dentro da lei.

Somente entre 2011 e 2015 ele admite ter recebido de seu próprio escritório de advocacia, na forma de dividendos, R$ 61 milhões, “mas tudo declarado”.

Afirmou ainda ter recebido depósitos milionários de diversas empreiteiras a partir de offshore em suas contas no exterior e de empresas como as de Adir Assad — outro empresário delator, que já admitiu ter usado suas companhias para gerar dinheiro vivo para o pagamento de propina.

Mas, apesar de quase todos os envolvidos admitirem crimes, Duran diz que suas relações com Assad e com as empreiteiras delatoras se deu sempre mediante a prestação de serviços reais, tendo advogado, prestado consultorias ou vendido serviços por meio de suas empresas da área de telecomunicações.

Sobre os recursos milionários que recebeu, disse que “é natural”, pois foi dinheiro que recebeu na advocacia após prestar “trabalho intelectual”.

Sobre a ex-presidente Dilma Rousseff, Duran não entrou em maiores detalhes, mas disse que devido às manipulações da própria Odebrecht no Meinl Bank seria impossível saber o destinatário de recursos que, em tese, iriam para João Santana, Mônica Moura e Dilma.

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