A próspera cidade de Sorriso (MT), que ganhou o apelido de capital do agronegócio brasileiro graças a sua pujante produção de soja e milho, deu mais votos aos candidatos tucanos nas últimas eleições presidenciais. Mas em 2018 parece que será diferente.
"A maioria na região e no nosso Estado é [Jair] Bolsonaro. E fala com orgulho", diz o produtor rural Luimar Luiz Gemi, que, como boa parte da população da cidade, nasceu no Sul e migrou para Sorriso quando lá não havia nenhuma estrutura — nem escolas, nem energia, nem estradas, nem solo bom para plantar.
"Os agricultores e empresários fizeram essa região acontecer", diz Gemi. Ele é um dos entrevistados de "A soja, o dólar e o Bolsonaro", terceiro vídeo da série "Eleitores", do BuzzFeed News, que visitou Mato Grosso para entender como o candidato do PSL à Presidência conseguiu avançar em antigos redutos eleitorais tucanos.
Gemi diz que já foi eleitor do candidato do PSDB a presidente, Geraldo Alckmin.
"Eu acho que o Brasil precisa de um choque. Um choque estilo [o presidente dos Estados Unidos, Donald] Trump, que a gente tem visto e ouvido que está fazendo a diferença de um grande país", afirma Gemi.
Ex-prefeito de Sorriso, Dilceu Rossato diz que "os vícios da política do PSDB e do PT são os mesmos". "É só olhar na [Operação] Lava Jato. O PMDB [também], inclusive", diz.
Rossato apresenta sua justificativa para o sentimento anti-PT que atrai eleitores para Bolsonaro. "Claro, [o governo do PT] melhorou a vida das pessoas, fizeram o Minha Casa Minha Vida, fizeram alguns investimentos. Mas existe uma grande sacanagem. [Foi] Um governo de esquerda onde caminhou para uma Venezuela", diz.