Em sua série de retratos de mulheres de Ruanda, o fotógrafo italiano Gianmarco Maraviglia quis mostrar o incrível poder do espírito humano após uma tragédia e como uma sociedade pode se reconstruir.
"Decidi fazer essa série quando li que Ruanda é o país com o maior número de mulheres no Parlamento", disse Maraviglia ao BuzzFeed News.
"Foi apenas uma linha em uma reportagem, mas de lá já vi o incrível potencial dessa questão. Estou sempre interessado em histórias que são consequências de alguma coisa, e isso foi uma consequência direta do genocídio."
A alta taxa de mulheres no Parlamento provém da carnificina do genocídio de Ruanda em 1994, que deixou cerca de meio milhão de mortos. Depois de eleito, em 2000, o presidente Paul Kagame determinou que 30% do Parlamento fosse composto por mulheres, e a decisão foi formalmente adotada em 2003. Hoje, 64% dos assentos são ocupados por mulheres.
Quase 25 anos após o genocídio, Ruanda está entre as economias que mais crescem na África e — embora haja preocupações de que Kagame esteja sufocando a oposição política do país — o status das mulheres no Parlamento é refletido em outras partes da sociedade.
"Ruanda é frequentemente chamada de a Suíça da África e, se pensarmos que há mulheres em todos os cargos importantes, temos que dizer que elas estão se saindo muito bem na administração do país", disse Maraviglia.
"Todas essas pessoas enfrentaram uma tragédia em suas vidas; em 1994 aconteceu algo inacreditável", disse Maraviglia. "O mais surpreendente foi perceber como essa mudança foi abrangente. As mulheres estão em todos os cargos da sociedade e estão totalmente conscientes de seu papel. Existe orgulho em todas elas."
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Este post foi traduzido do inglês.