O presidente Michel Temer foi gravado em conversa com o empresário Joesley Batista, dono da Friboi, para tratar de uma mesada para manter o ex-deputado Eduardo Cunha e operador Lúcio Funaro, segundo O Globo. E indicou ainda uma pessoa para pegar propina.
Cunha e Funaro estão presos pela Lava Jato e são acusados de operar propinas para o PMDB.
Segundo O Globo, as gravações fazem parte de uma delação premiada do grupo JBS, que controla marcas como a Friboi.
É uma delação explosiva, sem precedentes _ sempre, segundo O Globo.
O que diz o jornal:
"Tem que manter isso, viu?"
No diálogo, Joesley afirma que está pagando Cunha e Funaro e essa foi a resposta de Temer: "Tem que manter isso, viu?"
Segundo Joesley, após a prisão, Cunha recebeu R$ 5 milhões.
Temer apontou ainda o deputado Rocha Loures (PMDB-PR) como responsável por resolver os problemas da JBS. E ele foi filmado pela PF recebendo R$ 500 mil das mãos de Joesley. Seria um acerto de R$ 500 mil mensais por incríveis 20 anos. Há mencão a "presidente" no dialógo.
Ação controlada
Foram sete operações de entrega de propina com o apoio da PF e a Procuradoria-Geral da República. As notas dinheiro tinham a série controlada e as entregas foram filmadas.
Aécio recebeu propina e foi gravado
Há um áudio de Aécio Neves, presidente do PSDB e ex-candidato a presidente, pedindo expressamente R$ 2 milhões a Joesley Batista. Foram 30 minutos de conversa, num hotel em São Paulo, no dia 24 de março deste ano.
Na conversa, trataram de quem ia pegar o dinheiro. Foram quatro entregas de R$ 500 mil. Uma delas filmada pela PF. Aécio disse, sem pompas, sobre quem ia pegar o dinheiro:
"Tem que ser um que a gente mata ele antes de fazer delação. Vai ser o Fred com um cara seu. Vamos combinar o Fred com um cara seu porque ele sai de lá e vai no cara. E você vai me dar uma ajuda do caralho."
Propina a petistas
Guido Mantega, o ex-ministro da Fazenda mais longevo do país, distribuía propinas a deputados do PT.
Esse texto será atualizado com a posição dos citados.
OUTRO LADO
Em nota, Michel Temer negou as acusações. Disse que "jamais" pediu propina para silenciar Cunha.
A íntegra da nota:
"O presidente Michel Temer jamais solicitou pagamentos para obter o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha. Não participou e nem autorizou qualquer movimento com o objetivo de evitar delação ou colaboração com a Justiça pelo ex-parlamentar.
O encontro com o empresário Joesley Batista ocorreu no começo de março, no Palácio do Jaburu, mas não houve no diálogo nada que comprometesse a conduta do presidente da República.
O presidente defende ampla e profunda investigação para apurar todas as denúncias veiculadas pela imprensa, com a responsabilização dos eventuais envolvidos em quaisquer ilícitos que venham a ser comprovados"