A Polícia Federal realiza nesta quarta-feira (19) a Operação Conclave, com o objetivo de apurar a suspeita de fraudes na compra de ações do Banco Panamericano pela Caixa.
O inquérito investiga a responsabilidade de gestores da Caixa e possíveis prejuízos a correntistas. O Panamericano já teve como sócio o apresentador Sílvio Santos, mas ele não é alvo da operação.
No total, a PF destacou 200 policiais para cumprir 46 mandados de buscas, em São Paulo, Rio, Brasília, Belo Horizonte, Recife e Londrina.
A Justiça Federal em Brasília determinou ainda a indisponibilidade e bloqueio de valores de contas bancárias de alvos das medidas cautelares, alcançando R$ 1,5 bilhão.
Diz a PF sobre o caso:
"Durante as investigações, foram identificados alguns núcleos criminosos: o núcleo de agentes públicos, responsáveis diretos pela assinatura dos pareceres, contratos e demais documentos que culminaram com a compra e venda de ações do Banco Panamericano pela CAIXAPAR e com a posterior compra e venda de ações significativas do Banco Panamericano pelo Banco BTG Pactual S/A; o núcleo de consultorias, contratadas para emitir pareceres a legitimar os negócios realizados, e o núcleo de empresários que, conhecedores das situações de suas empresas e da necessidade de dar aparência de legitimidade aos negócios, contribuíram para os crimes em apuração".
O nome da operação, segundo a PF, deve-se à forma sigilosa com que foram tratadas as negociações para transação ocorrida entre o Banco Panamericano e a Caixa, numa alusão ao ritual que ocorre a portas fechadas para escolher um papa.
Atualização, 20 de abril, às 16h24.
Em nota divulgada nesta quinta (20), o Banco Central disse que os critóerios adotados pelo órgão durante a análise da compra do Panamericano pela Caixa "foram técnicos, hígidos, abrangentes, regulares" e seguiram as normas internas.
O BC afirmou, ainda, que a autorização ao negócio dada em julho de 2010 foi "definitiva".Leia a íntegra neste link.