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Em pesquisa encomendada pela Presidência, 82% dizem que economia não melhorou com Temer

Feita pelo Ibope a pedido da Secretaria de Comunicação, a pesquisa mostra que os brasileiros não veem melhoras na economia, avaliam mal o governo e acham que haverá piora.

Pesquisa encomendada pelo Palácio do Planalto mostra que, para 82% dos brasileiros, a economia do país piorou ou ficou igual nos últimos seis meses, período que Michel Temer assumiu a presidência da República.

Essa foi a primeira consulta encomendada pelo governo Temer em 2017. Foram ouvidos 2.002 homens e mulheres, em domicílios das 27 unidades da federação, de todas as classes sociais.

Os dados do Portal da Transparência ainda não lançaram os valores das pesquisas deste ano, mas uma consulta similar, no fim de 2016, custou ao Planalto pelo menos R$ 245 mil.

As visitas ocorreram na primeira semana de fevereiro. O Ibope entregou o relatório em 03 de março e o Planalto publicou o documento apenas 28 dias depois.

A pesquisa do Ibope não compara, objetivamente, a condução política econômica de Temer com Dilma Rousseff. Mas questiona se, para os entrevistados, houve melhora nos últimos seis meses _ na prática, é similar ao período de Temer no governo.

E é aí que vêm as más notícias para Temer:

Pensando na situação econômica atual do Brasil, o(a) sr(a) diria que ele está melhor, igual ou pior do que há seis meses atrás?

O documento mostra, ainda, que 29% dos brasileiros sequer sabem que Temer é o presidente. E 66% dos ouvidos dizem que não tem opinião formada.

Mesmo assim, a pesquisa pede uma avaliação do atual governo. Essa foi a resposta:

Este tipo de pesquisa é comum no governo federal. Mas, para Temer, há um elemento preocupante. Com um mandato tampão e uma grave crise política no PMDB, o presidente tem pressa para conseguir uma melhora na economia e garantir as reformas para, assim, conseguir popularidade e respaldo do mercado.

A pesquisa mostra que, até aqui, os brasileiros não compraram a ideia. Junto com saúde, a condução da política econômica (71%), o ajuste nas contas (71%) e o combate ao desemprego (80%) são as áreas com os maiores índices de reprovação.

Além disso, os entrevistados estão reticentes com as chances de melhora: 55% acham que o governo terá desempenho igual ou pior nos próximos seis meses.

Previdência

O Ibope aproveitou para avaliar duplamente a reforma da previdência, uma das mais polêmicas medidas do governo Temer.

Nessa pesquisa domiciliar, os pesquisadores apuraram as diversas dúvidas e críticas dos entrevistados.

Para a maioria dos entrevistados (61%), a equiparação da idade de aposentadoria para homens e mulheres é aprovada. Por outro lado, a maioria (60%) é contra a idade mínima de 65 anos e 80% reprovam a ideia de exigir 49 anos de contribuição para aposentadoria integral.

Os números:

O Planalto ainda encomendou uma pesquisa qualitativa, onde grupos focais avaliaram positivamente a qualidade da propaganda do governo sobre reforma da previdência.

Assim resumiu o Instituto Análise, responsável pela pesquisa qualitativa:

A campanha Reforma da Previdência apresentou boa receptividade entre os participantes de São Paulo e Porto Alegre. Foi percebida como uma campanha relevante nesse momento, pois trata-se de utilidade pública, informando e esclarecendo sobre a reforma da Previdência.

Mas houve quem criticasse o discurso do governo, como uma forma de gerar medo na população para fazer uma ˜lavagem cerebral˜.

“É muito assim, nós vamos perder nossa previdência mas não fala nada, é tanta desconfiança porque estão fazendo lavagem cerebral, você vai perder sua aposentadoria se não fizer nada, só ficam assustando mas não dão nenhuma solução.” (Porto Alegre, 18 a 29 anos)

CORREÇÃO: Diferentemente do que foi publicado na versão original do texto, a pesquisa qualitativa foi produzida pelo Instituto Análise. O Ibope fez apenas a pesquisa quantitativa.


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