Nem só de políticos era formada a rede de contatos da Odebrecht em Brasília. Um dos capítulos da delação afirma que até um servidor do terceiro escalão do governo era usado para vazar documentos sigilosos.
A própria Odebrecht diz que não sabia como esse servidor conseguia os papéis, mas o que importava era conseguir as informações sigilosas do Comitê de Financiamento e Garantia das Exportações, do Ministério da Fazenda. Esse órgão era determinante para conseguir financiamentos do BNDES. Por isso, a empreiteira queria ter acesso a atas sigilosas, de acordo o delator Antonio Almeida.
A empreiteira acusa Flávio Dolabella, classificado pela Odebrecht como um servidor do terceiro escalão da Fazenda, de fazer o serviço por três parcelas de R$ 15 mil. Seu apelido era Fazendeiro.
O BuzzFeed Brasil não localizou Dolabella.
Em nota, a Fazenda disse que “a Corregedoria-Geral do Ministério da Fazenda já está adotando os procedimentos necessários para a apuração dos fatos". "O servidor Flávio Cals Dolabella prestou serviços ao Ministério da Fazenda no período de agosto de 1996 a agosto de 2014.”