A youtuber e atriz Kéfera, que conta com mais de dez milhões de seguidores em seu canal, foi condenada a pagar indenização a um taxista por fazer um vídeo com um bate-boca entre os dois.
A Justiça entendeu que o vídeo foi uma forma de "vingança" e a youtuber foi condenada a pagar R$ 25 mil como forma de compensar o taxista — ele queria quase R$ 100 mil. Kéfera, por sua vez, comparou a situação à de um filme de terror.
Ao BuzzFeed News, ela disse que foi vítima de agressão.
O episódio ocorreu em 2015, quando Kéfera pegou um táxi em São Paulo e, durante a corrida, comeu numa marmita. Ela acabou sendo expulsa do táxi.
A youtuber, emocionada, fez um vídeo contando a seus seguidores o caso e pedindo que denunciassem o taxista Wlamir Gonçalves.
Ela acabou tirando o vídeo de seu canal, mas ainda é possível encontrá-lo no YouTube. No vídeo, ela divulga a placa e telefone do celular, sugerindo aos seguidores que ligassem para ele. Sugere, ainda, "tirar o taxista dessa profissão".
O YouTube, aliás, foi condenado no mesmo processo a retirar os vídeos.
Depois do primeiro post, ela publicou vídeos explicando o caso. Ela pediu "paz" e que seus seguidores não fizessem ameaças. Kéfera afirmou ainda que a "justiça tinha sido feita" e, por isso, apagaria o vídeo de seu canal.
O taxista foi retirado do aplicativo Easy Táxi.
A Justiça, contudo, entendeu que Kéfera deve indenizar o taxista. Em decisão publicada no última dia 13, o juiz Jair de Souza considerou a reação da youtuber como "vingança privada". E repreendeu a youtuber pelo fato de ter exposto os dados do taxista.
A sentença ainda destacou que o taxista recebeu mais de 5.000 ameaças.
Na sentença, o juiz considerou o vídeo de Kéfera "desproporcional" à briga com o taxista. Destacou, ainda, que a youtuber omitiu o início da discussão.
"O vídeo gravado e divulgado pela demandada na internet só demonstra momentos em que acalorada já estava a discussão, omisso quanto a sua origem ou circunstâncias que lhe deram azo. E ainda que não tenha sido proposital citada omissão, inconteste é que proposital e desmedida foi sua divulgação: a ponto de gerar efeitos que em muito escapam do reles dissabor", escreveu o juiz.
Cabe recurso da decisão. No processo, a defesa de Kéfera argumentou que a situação foi similar a um filme de terror.