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Eduardo Cunha ataca delator do PMDB e defende Temer

Cunha disse em depoimento que Lúcio Funaro o colocou como um "posto Ipiranga" de todas acusações.

Réu na ação penal sobre esquema de desvios de dinheiro na Caixa, o ex-deputado Eduardo Cunha atacou seu principal delator e defendeu o PMDB e o presidente Michel Temer.

Cunha presta depoimento nesta segunda-feira (6), no qual rebate as acusações de Lúcio Funaro, que fez delação com graves acusações contra o PMDB e Temer.

Funaro, delator, e Cunha, delatado, estão frente a frente. Na audiência desta segunda-feira, é a vez de Cunha falar. Funaro assiste em silêncio.

Cunha não poupou insultos: Funaro é "desprovido de caráter e não tem limites para a baixaria".

Na audiência, Cunha reclama das citações a seus familiares e das acusações do PMDB. Cunha, aliás, anunciou que pedirá a anulação da delação de Funaro.

"Foi verdadeiramente um escárnio assistir o depoimento. Lúcio, não me coloque nessa sujeira", disse Cunha.

A todo momento, Cunha se dedicava a apontar o que ele entendia como contradição ou falha na delação. Ironizou até as planilhas usadas como provas.

"Se me der um computador, vou fazer uma planilha melhor do que a dele. Vou fazer colorida, botar florzinha, vai ficar mais bonita e vai ter mais credibilidade", disse o ex-deputado.

Um dos pontos questionados pelo ex-deputado é a acusação de Funaro de que os dois operavam juntos. Cunha disse que foi colocado como "posto Ipiranga".

Cunha rebate a afirmação que distribuía doações de empresários para outros deps e não para só ele: só se eu fosse idiota e eu não sou idiota


Ele dá como exemplo Geddel Vieira Lima, aquele aliado de Temer do bunker de R$ 51 milhões. Cunha disse que, sim, apresentou Funaro ao político. Mas que não foi para operar propina. Segundo Cunha, Geddel precisava com urgência de um jatinho para o pai fazer um exame.

Cunha também saiu em defesa de Temer. Funaro acusou o presidente de receber doação eleitoral da Bertin como resultado de propina na Caixa. O ex-deputado minimizou, dizendo que a doação foi registrada.

"Eu não me lembro de ter pedido (doação). Mas se pedi, não vejo problema. Qual o problema nisso?".

O ex-deputado também questionou os três encontros que Funaro disse ter ocorrido.

"Essa situação do Temer é uma tentativa de mostrar importância. Funaro nunca teve acesso a Michel Temer. Ele fala de um encontro numa igreja com doze mil lugares e não se encontraram".

Funaro falou em três encontros com Temer. "Na minha frente, Funaro nunca nem cumprimentou Michel Temer", diz Cunha

Para Cunha, a delação de Funaro é fruto da tentativa do Ministério Público de atacar Michel Temer.

"O Ministério Público engoliu. Essa é que é a verdade. Passou a delação pela pressa de querer fazer a segunda denúncia contra o Michel. Não chegaram sequer a cruzar com a delação da própria JBS".

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