Com a queda da Selic e dos rendimentos do Tesouro Direto, o Bitcoin e outras criptomoedas tornaram-se febre entre investidores brasileiros graças à forte valorização nos últimos meses.
A rápida adesão de novos investidores, sobretudo sem conhecer detalhes sobre como funciona o Bitcoin, fez o Banco Central brasileiro emitir nesta quinta-feira (16) um alerta sobre os riscos desse tipo de investimento.
De acordo com o Banco Central, o Bitcoin nem sequer pode ser chamado de moeda. O comunicado da autoridade monetária brasileira afirma que, hoje, o valor do Bitcoin é baseado estritamente na confiança dos usuários.
"O Banco Central do Brasil alerta que estas não são emitidas nem garantidas por qualquer autoridade monetária, por isso não têm garantia de conversão para moedas soberanas, e tampouco são lastreadas em ativo real de qualquer espécie, ficando todo o risco com os detentores. Seu valor decorre exclusivamente da confiança conferida pelos indivíduos ao seu emissor".
O Bitcoin foi criado como uma espécie de moeda virtual universal, como forma de oferecer uma garantia paralela às moedas tradicionais, como o dólar.
Mas o que se viu nos últimos anos é que o Bitcoin virou, também, uma forma de especular e ganhar dinheiro.
Segundo este estudo da Economática, o Bitcoin teve uma valorização 48 vezes maior que o Tesouro Direto (próximo da Selic) , por exemplo.
Para o Banco Central, há risco de perda total no Bitcoin. "A compra e a guarda das denominadas moedas virtuais com finalidade especulativa estão sujeitas a riscos imponderáveis, incluindo, nesse caso, a possibilidade de perda de todo o capital investido, além da típica variação de seu preço. O armazenamento das moedas virtuais também apresenta o risco de o detentor desses ativos sofrer perdas patrimoniais."
Outro risco, segundo o BC, é que não há regulação nesse mercado.
Por isso, o Banco Central criou uma seção de perguntas e respostas sobre o Bitcoin.