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O bancário Fabricio gastou quatro meses e R$ 3.000 para criar um boneco assassino Chucky perfeito

O projeto peculiar foi apoiado pela família e por amigos — ainda que uns deles se recusem a ver o boneco.

O bancário Fabricio Abreu, de 35 anos, dorme enquanto um boneco Chucky em tamanho real (ou seja, do tamanho do Chucky do filme "Brinquedo assassino", de 1988) parece observá-lo, sentado no pufe do seu quarto.

Faz quatro meses que eles moram juntos. Desde que Fabricio decidiu que faria um boneco assassino perfeito com as próprias mãos.

O projeto nasceu de uma frustração: “Eu queria comprar o boneco oficial. Mas ele custa mais de R$ 4.000. Isso lá [nos EUA], para poder trazer para cá imagina o preço, com alfândega e correio”. Fabricio já havia feito outros artesanatos, como um banco, e pintado alguns quadros, mas nunca havia se aventurado na arte do modelismo.

Ele descolou uma foto em alta resolução do boneco, imprimiu e colocou as mãos à massa, todos os dias, sempre que encerrava o expediente no banco em que trabalha, em Campinas, interior de São Paulo.

O novato teve algumas tentativas frustradas, como moldar o corpo do boneco em resina de poliéster. “É um tipo de plástico que tem um cheiro tão forte que, mesmo eu tentando vedar e usando máscara, passei mal.” Esculpiu em resina de poliuretano, que endurece, e fez o ventre do brinquedo assassino rachar.

Aprendeu com os erros e começou a se corresponder com amigos de amigos, que também faziam bonecos. “Teve esse pessoal do Canadá que me ajudou muito.”

A solução foi fazer Chucky de massa de modelar. Começou pelo pé e foi subindo, esculpindo à mão. Uma vez que o Chucky de massinha estava pronto, comprou borracha de silicone e derramou numa forma. E fez o molde para criar pé, mão e braços de plástico oco. O tronco da criatura, que tem 75 cm de altura, assim como no filme, foi feito com espuma.

Chegou a ficar uma tarde inteira debruçado sobre o rosto do boneco, fazendo a pintura da pele, das sardas e dos olhos. “Foram quatro horas seguidas só de pintura do rosto. O segredo é paciência.”

"Chega, pelo amor de Deus"

Com o tempo (e os likes que ganhava nas fotos que postava nas redes sociais), a intenção passou de um hobby a ganhar dinheiro. “Ele é raro no Brasil, acredito que dê para vender cada um por de R$ 1.800 a R$ 2.000.” Interessados já se manifestaram pela internet.

As primeiras vendas vão ser para sanar o prejuízo que a aventura rendeu. “Eu gastei muito nesse boneco. Teve coisa que deu certo e coisa que não deu. Uns R$ 3.000.”

O gasto chegou ao fim. Acabou de chegar o cabelo de fazer trança na cor vermelho-sangue, que ele comprou no Mercado Livre. Já é a segunda peruca que experimenta no boneco. Semanas atrás, comprou cabelo sintético loiro e tintura vermelha. Mas a tintura saia na mão de quem mexesse no boneco, que ficou com madeixas cor de água de salsicha.

O bancário terá paciência para fazer réplicas de outros personagens do cinema depois que Chucky ficar pronto, em cerca de duas semanas? “Chega, pelo amor de Deus.”

No guarda-roupa

O projeto peculiar de Fabricio foi apoiado pela família e por amigos — ainda que uns deles se recusem a ver o boneco.

“Tem amigos que ficam assustados. Falam: ‘Eu não tenho coragem de deixar isso no meu quarto, não’.” Antes, o Chucky campineiro ficava deitado numa escrivaninha. Agora, que já está ereto pela estrutura de arame que serve de coluna vertebral, ele fica em sentado em cima de um pufe, “olhando” para a cama do criador.

“Não dava medo antes de pintar o rosto dele.” Mas, depois que ele ganhou feição, às vezes pode ser assustador. Algumas noites atrás, Fabrício colocou sua criação dentro do guarda-roupa antes de dormir. “Agora que ele tem um rosto, parece que está te olhando.”

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