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Ala militar do governo nega fracasso, apesar de ajuda humanitária não ter cruzado a fronteira

Para general, Estados Unidos e Guaidó foram ingênuos ao apostar em derrocada rápida do apoio a Maduro entre militares venezuelanos.

Mesmo sem conseguir entregar alimentos e remédios para a população venezuelana, integrantes do governo evitam falar em fracasso da missão de ajuda humanitária e dizem que o cenário já era esperado pela ala militar do Palácio do Planalto.

Segundo um general ouvido pelo BuzzFeed News, a palavra insucesso até poderia ser usada dada a expectativa espalhada pelo presidente interino Juan Guaidó e pelo governo dos Estados Unidos em relação ao sábado 23, com o início da entrega da ajuda humanitária e uma consequente deposição rápida de Nicolás Maduro – o que não aconteceu.

Nas palavras desse general, há uma certa ingenuidade por parte dos Estados Unidos em achar que as coisas se resolveriam na Venezuela com a velocidade que desejam e também em acreditar que o Brasil poderia se envolver de maneira mais incisiva – até mesmo com uso das Forças – contra a Venezuela.

No governo, o discurso é que, mesmo sem a entrega de alimentos e apesar das mortes registradas em conflitos do lado venezuelano da fronteira, um importante passo foi dado no processo de ampliar a desestabilização do governo Maduro. A ala militar também pondera que o processo é de longo prazo e a missão foi "exitosa" em mostrar à população que, se ela lutar, terá apoio internacional e do país vizinho.

Dentro do Palácio do Planalto também é descartada qualquer possibilidade de intervenção militar na Venezuela e foi comemorado o fato de que 104 militares venezuelanos terem abandonado o país e pedido refugio na Colômbia.

Os próximos passos da operação ainda serão definidos. Nesta segunda-feira o presidente, Jair Bolsonaro, esteve com o ministro da Defesa, Fernando Azevedo, e com os chefes das Forças Armadas para discutir o tema. O vice-presidente Hamilton Mourão e o chanceler Ernesto Araújo viajaram à Colômbia para participar de uma reunião com Estados Unidos e países do chamado Grupo de Lima, pró-derrubada de Maduro.

Nesta tarde, da Colômbia, Araújo disse que esperar que a pressão diplomática feita pelo Grupo de Lima incentive membros das Forças Armadas a passar para o lado de Guiadó. Ele também alegou que o exército venezuelano não está com disposição para atos de repressão contra a população.

"Toda pressão diplomática, toda atuação diplomática que estamos fazendo aqui tenho certeza que vai incentivar que cada vez mais membros das Forças Armadas passem para o lado do presidente Guiadó", disse.

"Interessante mencionar que toda repressão, a mais brutal, que houve nesses dias, tanto perto da fronteira com a Colômbia quanto perto da fronteira com o Brasil, foi por para militares, milícia, e não pelo Exército. Isso é muito indicativo que não há disposição das Forças Armadas da Venezuela de apara esse processo de repressão”, completou.

Outros membros do governo brasileiro ainda farão reuniões nesta tarde para avaliar decidir questões logísticas da operação.

O certo, até agora, é que o compasso é de espera e de trabalho para evitar conflitos na fronteira. Como o ingresso de alimentos acabou não dando certo, a ideia é evitar forçar novas entradas que possam resultar em conflitos e reforçar a operação Acolhida, em Roraima, que recebe venezuelanos que deixam o país.

Há ainda a possibilidade de ampliação do efetivo militar em Roraima, com o envio de reforços.

Caso isso seja concretizado será o sinal de que a Venezuela realmente enviou suas baterias de mísseis para estabelecer uma zona de exclusão aérea que inclua o espaço aéreo brasileiro, o Brasil terá iniciado seu protocolo de defesa para tal situação.

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