Por maioria, a Segunda Turma do STF absolveu na noite desta terça-feira (19) a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo, das acusações de corrupção e lavagem de dinheiro.
O casal foi inocentado dos crimes por três dos cinco ministros da Turma: Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski.
O trio tem se transformado no contraposto "garantista" aos dois outros ministros da Turma, Celso de Mello e Edson Fachin, que tendem a condenar políticos acusados de corrupção pela Lava Jato.
Nesta terça, mesmo dizendo que não foi possível se provar corrupção ou lavagem, os dois disseram que restou provado o recebimento de R$ 1 milhão do esquema da Petrobras para a campanha de Gleisi.
Por isso, os dois ministros votaram para que Gleisi fosse punida pelo crime de caixa 2, que renderia uma pena de até cinco anos de reclusão.
A manutenção do trio "garantista" coeso na Segunda Turma com a absolvição da presidente do PT era esperada por alguns dos parlamentares do partido, que enxergavam no eventual resultado uma sinalização para a libertação de Lula — o ex-presidente terá seu caso analisado pelo colegiado na semana que vem.
Para o caso de Lula, há ainda um adicional. Além de Mendes, Lewandowski e Toffoli, Celso de Mello também é contrário às prisões em segunda instância.
Se obter sua liberdade pela Segunda Turma do STF na semana que vem, Lula ainda estaria inelegível de acordo com a Lei da Ficha Limpa. Mas, solto, poderia seguir em campanha pelo Brasil.