O pragmatismo político levou o PMDB da Câmara a tomar duas decisões sobre o cenário político nesta semana.
Por um lado, os deputados definiram que seguirão leais a Michel Temer e farão o que estiver a seu alcance para que o presidente Michel Temer não caia.
Por outro, entendendo que a manutenção de Temer no Poder também está alheia aos desejos da bancada, os deputados começam a traçar um plano B e veem com simpatia uma candidatura do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), numa eleição indireta.
No caso de uma nova eleição, os 63 deputados do PMDB (ou 63 votos) querem estar unidos e definir o apoio da bancada sem influências externas. Na prática, não querem que senadores, caciques do partido, ou mesmo o Palácio do Planalto, determine em quem a bancada deve votar.
Na avaliação atual, o nome de Maia é o que ganha a maior simpatia pois os deputados consideram que Nelson Jobim na presidência agiria como uma estrela, mantendo interlocução somente com líderes, impedindo o acesso da bancada como um todo à presidência.
Sobre Tasso Jereissati (PSDB-CE), a rejeição parte do fato de os deputados do PMDB não querem ver um senador na presidência da República, muito menos um tucano.
A solução Maia ainda traria um benefício extra para a bancada. Uma vez que, caso ele vá para a presidência da República, a presidência da Câmara ficaria vaga, e o PMDB tentaria emplacar um de seus deputados no cargo, uma vez que possui a maior bancada na Casa.
Na reunião desta semana, os deputados ainda fizeram críticas ao PSDB e seus movimentos dúbios. Na bancada há uma ala que defende conversas mais amenas para tentar aparar arestas com o partido.
Outra, diz que, se os tucanos não pararem com traições e tentativas de usar a crise para capitalizar o próprio partido, deve se partir para o ataque, jogando Aécio Neves ainda mais na fogueira devido a seus problemas com a Justiça e deixando claro que a sigla não ficará a reboque dos tucanos na disputa de 2018.