A estratégia de Renan Calheiros (MDB-AL) rumo à presidência do Senado deu certo em uma de suas etapas mais cruciais: ser o indicado pelos colegas de sigla derrotando Simone Tebet (MDB-MS), que também lutava pela vaga.
Com isso, ele se torna o favorito para comandar o Senado à partir de amanhã, quando senadores e deputados escolherão os presidentes de suas respectivas Casas.
Numa reunião que começou às 19h e acabou por volta das 20h, Renan foi o escolhido. Entre os senadores da legenda, ele obteve sete votos. Tebet teve cinco.
A vitória de Renan estava desenhada há dias, apesar de Tebet, recentemente, acreditar que ela contaria com o apoio de sete senadores.
O sinal mais claro de iminente derrota na bancada se deu na terça-feira, quando a bancada contrariou a vontade de Tebet de definir o nome da legenda para a disputa e jogou a escolha para esta quinta, no calendário desejado por Renan desde o ano passado.
A escolha de última hora fazia parte da estratégia de Renan, que queria evitar a ampliação da pressão que parte dos eleitores de Jair Bolsonaro já faziam contra sua candidatura.
Escolhido pela bancada, Renan já foi parabenizado pelo presidente, Bolsonaro. Nos últimos dias o senador tem enviado diversos sinais de que apoiará a agenda do novo governo.
Chegou até mesmo a fazer a defesa pública do senador Flávio Bolsonaro, que vive um momento político delicado desde que seu ex-assessor Fabrício Queiroz foi flagrado pelo COAF movimentado R$ 1,2 milhão e recebendo depósitos de outros funcionários do gabinete do filho do presidente na Assembleia Legislativa do Rio.
Derrotada, Tebet garantiu que não se lançara em candidatura avulsa pelo comando do Senado e só não disse que não votará em Renan nesta sexta pois neste momento isso seria uma indelicadeza com sua bancada.
Questionada sobre os motivos que levaram à vitória de Renan, disse que seus colegas entenderam que o alagoano teria maiores chances de vitória em plenário.
Nesta sexta ele deve disputar o comando do Legislativo com David Alcolumbre (DEM-AP), Regguffe (Sem partido - DF) e Álvaro Dias (PODE-PR).
Há ainda outras candidaturas postas por senadores, como a de Major Olímpio (PSL-SP), Esperidião Amim (PP-SC) e Tasso Jereissati (PSDB-CE), mas a tendência é que a maioria desista de suas postulações.