Trabalhando com a expectativa de que o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot não compareça à CPI mista da JBS na semana que vem, parlamentares do colegiado já começam a desenhar o relatório final da comissão.
A tendência é que o material contenha um pedido para que o Judiciário revogue o acordo de delação premiada feito entre o Ministério Público e os empresários da JBS.
Hoje, os benefícios estão suspensos por uma decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin, e os irmãos Joesley e Wesley Batista estão presos.
A ideia da CPI ao pedir que o Supremo a revogação o acordo visa evitar que, em algum momento futuro, os irmãos possam obter qualquer tipo de abrandamento em suas condenações.
Apesar do pedido de revogação, o relatório final também deve defender que o Judiciário dê validade a todas as provas documentais apresentadas pela JBS durante o acordo, viabilizando o uso da documentação em processos.
RELATÓRIO SERÁ VOTADO EM 2018
Apesar do prazo para a conclusão da CPI ser em dezembro, os parlamentares devem coletar assinaturas de deputados e senadores para a prorrogação da comissão.
O tempo extra, no entanto, não seria usado para a realização de novas oitivas nem para a convocação de agentes políticos como o ex-presidente Lula e Eduardo Cunha, mas sim para que os relatores utilizem o recesso para a produção do texto final da CPI, que deve ser votado em fevereiro ou março de 2018.