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Novo ministro da Educação chama universidades federais de “templo do bolivarianismo”

Especialista em Previdência, Abraham Weintraub defendeu a posse de armas quando estava na equipe de transição. Bolsonarista-raiz, ele vai substituir Vélez, que caiu.


Alçado ao cargo de ministro da Educação pelo presidente Jair Bolsonaro, o economista Abraham Weintraub dedicou os últimos anos a estudos sobre a Previdência. Há poucos registros de falas ou publicações suas sobre educação.

Num vídeo em que citava pontos do plano de governo de Bolsonaro, que ele ajudou a formular durante as eleições do ano passado, Weintraub reclamou de ameaças que recebia na Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), onde é professor, por seu alinhamento ao bolsonarismo.

“Temos sido ameaçados de agressão física pelos bolivarianos, pois estamos numa universidade federal. E lá em o templo deles”, disse.

No fim do ano passado, num evento idealizado pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), a quem Weintraub chama de “Duda”, sua fala sobre educação se resumiu à defesa de uma “guerra cultural” contra a esquerda, usando para isso o humor.

“A gente tem que ser mais engraçados que os comunistas, a gente tem que ganhar a juventude. Como ganha a juventude? Com humor e inteligência.”

Ao longo da ascensão do bolsonarismo, Weintraub passou de um defensor de reformas na Previdência a um militante contra o comunismo.

Ajudando a produzir o programa de governo, pôde se manifestar sobre temas de outras áreas, como segurança pública.

Para o professor, há uma ligação direita entre a esquerda no poder e o tráfico de drogas.

“As FARC eram participantes do Foro de São Paulo [...] A principal organização ligada a droga na América do Sul, com produção, tráfico etc. é as FARC. Ela foi convidada de honra do PT no Foro de São Paulo durante muitos anos. Inclusive chegou a contribuir para o PT […]. O que acaba acontecendo? Essa correlação de droga e esquerda. E não acontece só no Brasil”, disse em live no Facebook ao lado do deputado federal Luiz Philippe de Orleans (PSL-SP).

Na linha da segurança pública, também defendeu a posse de arma como instrumento para reduzir a criminalidade. “Se você tem liberdade para ter arma em casa, cai o número de crime, não aumenta”.

E deu como exemplo caso de Israel, dizendo o seguinte:

"Em Israel todo mundo tem arma. Velhinha faz ronda no quarteirão com arma."

Sobre sua especialidade, a Previdência, ele e Arthur, seu irmão, são responsáveis pela introdução no Brasil da chamada aposentadoria fásica. Ela consiste na obtenção gradual dos valores pagos pela Previdência juntamente com a redução paulatina da jornada de trabalho.

Numa posição que vai na contramão do que o presidente defende, Weintraub propôs, numa entrevista em dezembro de 2016, que as mulheres devem se aposentar na mesma idade que os homens.

“Eu tenho duas filhas pequenas e um garoto, a expectativa assim, a estatística me diz que as duas meninas vão viver mais que o garoto. O que eu gostaria, que eu acharia justo no caso, para os três… Eu acho que se os três tiverem a mesma quantidade de trabalho, que eles tivessem uma aposentadoria na mesma idade, dado que a expectativa de vida das meninas é até maior”, disse.

“Uma executiva que vai para o mercado financeiro, nunca teve filho, trabalhou como um homem, do mesmo jeito, tudo igual, vai se aposentar antes por quê? Não faz sentido”, completou.

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