O último Datafolha apontou que o único candidato à Presidência da República, entre os mais bem posicionados, que não venceria Jair Bolsonaro (PSL) num eventual segundo turno é Fernando Haddad, do PT.
Mas, dentro do partido, a avaliação é que esse resultado é decorrente de Haddad ainda não poder se apresentar como candidato a presidente — oficialmente, ele ainda é apenas o vice da candidatura juridicamente inviável de Lula.
Caso Haddad já estivesse em campanha — e com apoio de Lula pedindo votos para ele, mesmo que de sua cela em Curitiba (PR) —, o PT acredita que Haddad também apareceria à frente de Bolsonaro nas pesquisas sobre um eventual 2º turno.
Devido a isso, e pela avaliação geral de que Bolsonaro é o melhor candidato para ser derrotado num segundo turno, o PT terá não o “capitão” do PSL como alvo na campanha eleitoral, mas sim o tucano Geraldo Alckmin.
Dentro da sigla a avaliação é que, mesmo com pouco tempo de campanha, quando for oficializado como substituto de Lula, Haddad teria chances de levar sua campanha ao segundo turno.
Seja isso um wishful thinking ou não, fato é que a estratégia petista será focada em impedir o crescimento de Alckmin — que formou a maior coligação da disputa com partidos do centrão, tendo o maior tempo de TV.
A ideia do PT é tentar repetir a polarização do partido com o PSDB, como aconteceu em todas as eleições pós-Collor.
A avaliação, pelo menos neste momento, é que a verdadeira disputa se dará no primeiro turno, caso o horário eleitoral não seja capaz de reduzir o tamanho de Bolsonaro.
Por isso, o PT deve deixar Bolsonaro fazer seu voo solo e centrar sua artilharia no tucano, numa tentativa de mostrar que o Brasil cresceu e vivenciou um período de prosperidade justamente porque Lula derrotou Alckmin quando o tucano tentou ser presidente.