O presidente do STF, ministro Dias Toffoli, divulgou uma nota nesta segunda-feira sobre a fala do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL), que numa palestra, em julho, disse que precisaria apenas de um “um soldado e um cabo” para fechar o Supremo caso a corte impugnasse a candidatura de seu pai.
De acordo com Toffoli, a fala de Eduardo é um ataque à própria democracia.
“O Supremo Tribunal Federal é uma instituição centenária e essencial ao Estado Democrático de Direito. Não há democracia sem um Poder Judiciário independente e autônomo. O País conta com instituições sólidas e todas as autoridades devem respeitar a Constituição. Atacar o Poder Judiciário é atacar a democracia”.
Além do presidente da Corte, outros ministros também se manifestaram contra o posicionamento de Eduardo.
A Folha de S.Paulo registrou que o decano da corte, Celso de Mello, taxou a fala do parlamentar como “irresponsável” e “golpista”.
O site jurídico JOTA também publicou a posição do ministro Alexandre de Moraes, que defendeu uma investigação contra o parlamentar que, segundo ele, pode ter incorrido em crimes da Lei de Segurança Nacional.
Dentro da família, a fala de Eduardo foi repreendida também por seu pai, o presidenciável Jair Boslonaro.
Ele comentou que, se alguém fala sobre o fechamento do STF, deveria procurar um psiquiatra.
O irmão de Eduardo, vereador pelo Rio de Janeiro Carlos, por sua vez, disse que a frase do deputado foi tirada de contexto e que Eduardo já teria se desculpado com quem “entendeu errado de boa-fé”.