Levantamento feito pelo Instituto FSB Pesquisa pesquisa mostrou que 4% da população brasileira conhece alguém que teve ou tem o coronavírus. Dentro este grupo, quem mais conhece os contaminados são as pessoas que ganham cinco salários mínimos ou mais.
De acordo com os dados, somente 2% das pessoas que ganham até um salário mínimo conhece alguém que teve ou tem o coronavírus. De um até dois salários mínimos, e no grupo que vai de dois até cinco mínimos, o conhecimento está em 3%. O salto se dá em relação a quem ganha cinco salários mínimos ou mais: 11%.
A pesquisa também mostrou que a população está apoiando as medidas tomadas pelos governos estaduais para tentar frear o avanço da Covid-19.
Segundo o levantamento, 96% aprovam a quarentena para pessoas que apresentem sintomas da doença, 92% são favoráveis à proibição de shows, peças de teatro e cinemas, e 91% apoiam a proibição de eventos esportivos, incluindo o futebol, bem como o fechamento de escolas e universidades.
Outros 90% apoiam o fechamento de academias, 89% aprovam a interdição de praias, 86% são favoráveis ao trabalho à distância em sistema de home office e 81% concordam com o fechamento de bares e restaurantes.
A pesquisa ainda mostrou que o órgão que goza de maior confiança dos brasileiros neste momento é o Ministério da Saúde, com 10% dos entrevistados dizendo que confia muito nas ações da pasta, 32% dizem confiar, 27% confiam “mais ou menos” e outros 30% estão no grupo dos que confiam pouco, muito pouco ou não confiam.
Em relação aos governos estaduais, 8% dos entrevistados confiam muito nas ações adotadas, 29% confiam e 30% estão na confiança “mais ou menos”. Dentre os grupos que não confiam estão 32% dos entrevistados.
Já quando a pergunta é direcionada ao governo federal, 7% das pessoas dizem confiar muito nas ações e 28% anotaram no “confiam”. Outros 28% estão no campo do mais ou menos e 34% estão entre nos grupos que não confiam.
Medidas individuais
A pesquisa diz que 95% das pessoas passaram a lavar as mãos com maior frequência, 89% está evitando lugares com muitas pessoas, 88% pararam de cumprimentar os outros com apertos de mão ou beijos, e o mesmo percentual está deixando de ir a bares ou restaurantes; 75% estão utilizando o álcool gel, 17% estocam alimentos em casa e 8% utilizam máscaras quando estão nas ruas.
Os entrevistados também responderam se estão, pessoalmente, com medo do coronavírus. Entre os pesquisados, 25% disse ter medo muito grande da pandemia, 23% medo grande, 27% classificaram o medo como médio e 23% estão no grupo de medo pequeno, muito pequeno ou nenhum medo.
Desinformação
O levantamento mostra também que há ainda muita desinformação sobre o coronavírus. Entre os entrevistados, 80% acreditam que alguém contaminado desenvolverá necessariamente sintomas como tosse e febre, o que não é verdade, já que há casos assintomáticos e que podem servir como vetores para a contaminação de outras pessoas.
Além disso, 58% acreditam que se alguma pessoa com a doença usar máscara ela não passará o vírus para outras pessoas – o que também é incorreto, já que a pessoa contaminada pode estar com o vírus em outras partes de seu corpo, como nas mãos, ou até mesmo em suas roupas, o que permite a contaminação.
Viagens
Sobre viagens, o estudo mostra que 82% não dos entrevistados tinham nenhuma viagem doméstica em seus planos, outros 11% resolveram cancelar sua viagem e 6% viajaram apesar do coronavírus.
No caso das viagens internacionais, 96% das pessoas não tinham nenhuma programada, 3% resolveram cancelar a viagem e somente 1% viajou sem se preocupar com a pandemia.
A pesquisa FSB foi feita por telefone com 2.000 pessoas entre os dias 18 e 19 de março e tem uma margem de erro de dois pontos para cima ou para baixo.