A depender do que dizem Jair Bolsonaro (PSL) e aliados de Geraldo Alckmin (PSDB), o debate da Band entre os presidenciáveis hoje (9) à noite não será polarizado — nem deve se transformar numa guerra entre os dois.
Isso pelo menos entre os dois primeiros colocados na disputa de acordo com levantamento da CNT/MDA no Estado de São Paulo.
Numericamente à frente do tucano, que tem 15% da preferência do eleitorado — mas dentro da margem de erro de 2,2 pontos —, Bolsonaro, com seus 18,9% das intenções de voto, disse o seguinte ao BuzzFeed News:
"Eu estou na frente, não vou polarizar com Alckmin, que perde para mim até mesmo em São Paulo".
Aliados de Alckmin, por sua vez, dizem que o ex-governador também deve se focar em propostas para o Brasil, e não partir para um confronto aberto com Bolsonaro.
Por um lado, tucanos fazem uma leitura de que Bolsonaro cresce em momentos de discussões mais acaloradas, desferindo ataques que, mesmo sem tratar diretamente dos assuntos discutidos, têm apelo popular e são facilmente compreendidos pelo eleitorado.
Por outro, a depender de uma eventual troca de farpas, Bolsonaro poderia partir para acusações sobre a Lava Jato e as obras de São Paulo que estão na mira das investigações e já levaram à prisão figuras próximas do núcleo tucano, como o engenheiro Paulo Preto.
Fora isso, a preparação para o debate tem algumas semelhanças e outros pontos bem distintos entre os dois primeiros colocados da pesquisa CNT/MDA.
Ambos estão estudando os programas de governo, decorando números e propostas para os diversos setores.
Alckmin conta com uma equipe de marketing profissional, e parte dela virou a noite trabalhando no material do debate.
Já Bolsonaro diz que não tem dinheiro para contratar esse tipo de serviço. “A única vez que fiz um media training [preparação para responder perguntas com jornalistas contratados fazendo questionamentos] foi um ano atrás.”
Apesar de alegar que não quer polarizar com Alckmin, Bolsonaro também disse que, se for atacado, pelo tucano ou por outros candidatos, revidará.
“Da minha parte eu não vou pra cima de ninguém, mas se vier a gente devolve”, afirmou.
Provocando Ciro
Bolsonaro ainda aproveitou para provocar o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), que não conseguiu fechar grandes alianças (algo em que o deputado do PSL também não teve sucesso), dizendo que talvez o pedetista pudesse pensar em ser seu vice.
“Ciro não foi aceito pelo centrão e nem pelo PT, que não confia nele. Ele está isolado. Quem sabe no meio do debate ele se propõe a ser meu vice?”, alfinetou.