Moreira e Padilha são alvos de fogo amigo na bancada do PMDB

    Em conversas reservadas, parte dos deputados do PMDB da Câmara diz que o melhor para blindar Michel Temer seria a saída de Moreira e Padilha do governo

    Desde que a delação do ex-executivo da Odebrecht Cláudio Melo Filho veio à tona a vida dos principais ministros de Michel Temer não têm sido fácil.

    Responsável pela articulação política, Geddel Vieira Lima — que tentou usar o também ex-ministro Marcelo Calero para liberar uma obra em Salvador — deixou o governo.

    Ontem, foi a vez do amigo há mais de 50 anos de Temer e seu assessor especial, José Yunes.

    Sua queda aconteceu após o BuzzFeed revelar que Cláudio Melo Filho, em sua delação, apontou o escritório de advocacia de Yunes como endereço de entrega de dinheiro vivo.

    Do núcleo duro de Temer, restam Moreira Franco e Eliseu Padilha. Os dois também citados na delação do ex-executivo da Odebrecht.

    Enquanto o governo tenta controlar os danos da delação dos executivos da maior empreiteira do país, os dois sobreviventes da cúpula do Planalto passam a ser alvo de fogo amigo por deputados do PMDB da Câmara.

    Em conversas reservadas, alguns parlamentares dizem que, para blindar Michel Temer, o melhor seria que os dois deixassem de uma vez o governo.

    Maior bancada da Câmara, com 66 deputados, o PMDB na Casa é conhecido por suas brigas internas e divergências em questões pontuais.

    Por isso, ao mesmo tempo em que um movimento contra Moreira e Padilha floresce, deputados mais alinhados ao governo dizem que, alem de minoritário, o grupo contra a dupla pode se arrepender após uma eventual queda.

    Um influente deputado da sigla comparou a situação com a de Geddel. Num determinado momento, disse que todos o queriam fora do governo. Com a saída, houve um arrependimento.

    Paralelamente ao problema Moreira/Padilha, a bancado do PMDB, e nisso a maioria está de acordo, não quer saber de Antônio Imbassahy, do PSDB da Bahia, ocupando a vaga que era de Geddel na articulação política do governo.

    O episódio criou um enorme problema para Temer. Com a nomeação de Imbassahy, o presidente conseguiria assegurar o apoio do PSDB.

    Ao anunciar o tucano como novo ministro e depois de pressões de deputados do chamado ‘centrão' recuar, Temer perdeu em dois lados.

    Ficou mal com o PSDB e demonstrou não ter o controle do Congresso, deixando sua áurea de grande conciliador e mestre do jogo parlamentar arranhada.

    Com tudo isso, a bancada do PMDB aproveitou o vácuo e diz que a vaga da articulação política do governo, antes do PMDB, deve seguir nas mãos do partido.

    Em meio ao imbróglio, os deputados da sigla receberam a garantia de Michel Temer que, antes de fevereiro, não haverá uma nomeação para a vaga.

    Daqui até fevereiro a bancada vai brigar para indicar o substituto de Geddel e definir se vai começar a pedir publicamente a saída de Moreira e Padilha.

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