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Ministério Público quer devolução de R$ 284 bilhões do BNDES aos cofres públicos

Procuradoria diz que banco foi financiando de forma irregular nos últimos anos por meio de títulos do Tesouro, criando uma espécie de “orçamento paralelo”.

O Ministério Público junto ao TCU (Tribunal de Contas da União) quer que o BNDES devolva cerca de R$ 284 bilhões aos cofres públicos.

Em processo que corre na corte de contas, o procurador Júlio Marcelo de Oliveira sustenta que o governo, entre 2008 e 2014, visando ampliar a capacidade operacional do banco, emitiu títulos públicos federais diretamente à carteira da instituição financeira, em vez de entregar o dinheiro propriamente dito.

Devido a isso, as operações não eram votadas pelo Congresso dentro do orçamento anual, e sim feitas por meio de medidas provisórias, o que teria gerado uma situação irregular e uma espécie de “orçamento paralelo”.

"Desse modo, as emissões diretas de títulos ao BNDES foram feitas completamente à margem da lei orçamentária, criando-se, assim, por meio da edição de sucessivas medidas provisórias, um “orçamento paralelo”, em contrariedade ao princípio da universalidade orçamentária”, diz trecho da representação.

Em seu parecer, o procurador defende que o BNDES devolva imediatamente todos os recursos provenientes da vendas destes títulos que estejam em caixa, bem como os títulos que ainda possuir em sua carteira.

Ao todo, entre 2008 e 2014, esse financiamento considerado irregular pelo Ministério Público aportou nas contas do banco, por meio do repasse de títulos, R$ 464 bilhões.

Parte deste recurso já teria sido devolvido pelo BNDES ao Tesouro. No caso, cerca de R$ 180 bilhões.

Para Oliveira, essa operação fez com que o banco, por meio de um financiamento irregular, adquirisse um tamanho que não deveria possuir caso o governo e a instituição tivessem operado dentro das leis.

“O BNDES precisa voltar a ter seu tamanho verdadeiro, e não faltará recursos para seguir com os financiamentos”, disse o procurador.

O BNDES, por sua vez, alega que não poderia devolver imediatamente os recursos pois teria vendido os títulos e usado os valores para realizar empréstimos ao setor produtivo. Desta forma, a última parcela das devoluções só aconteceria em 2060, quando vence a dívida mais longa de um tomador de empréstimo com a instituição financeira.

A versão, no entanto, não agrada o Ministério Público, que acredita que há, sim, recursos disponíveis em caixa e que o banco está, na prática, investindo o dinheiro cujo a finalidade seriam os empréstimos, o que se reflete em seu balanço e gera lucros à instituição, engordando os bônus de seus funcionários.

O caso no TCU está sob a relatoria do ministro Aroldo Cedraz, que não informou quando deve levar o caso para julgamento em plenário.

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