“O general Braga Netto está voltando de férias, obviamente que ele tem de entender ainda o ambiente, as circunstâncias do que está acontecendo, fazer seus planejamentos, conhecer melhor agora, com mais proximidade e mais de perto, a estrutura de segurança pública do Rio de Janeiro, as pessoas e as decisões que terá que tomar.”
Foi assim que o chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), Sérgio Etchegoyen, começou a explicação de como vai funcionar a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro.
O decreto foi assinado nesta sexta (16) pelo presidente Michel Temer, que escalou Etchegoyen, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, e o próprio interventor nomeado, general Braga Netto, para anunciar a intervenção e dar mais explicações.
Questionado sobre o funcionamento da intervenção na prática e seus efeitos junto à população, Etchegoyen respondeu:
“É impossível ao general Braga Netto, como já foi esclarecido no começo da nossa conversa, definir e tomar decisões, e anunciar decisões, agora, para quem acabou de chegar e receber a missão, e vai sair daqui para conversar sobre as circunstâncias”.
Na mesma linha seguiu o ministro da Defesa:
“Tendo recebido há poucas horas essa missão, o general Braga Netto necessitará do tempo que for necessário para fazer um diagnóstico, uma análise, e assim poder tomar suas medidas, tanto operacionais, quanto estratégicas, que julgue suficientes”, disse Jungmann.
Depois acrescentou: ”Não há agora, nessas poucas horas, como antecipar exatamente como será isso [intervenção]”.
O próprio interventor foi na mesma linha:
“Eu recebi a missão agora. Nós vamos entrar numa fase de planejamento. Nosso relacionamento com a Secretaria de Segurança, e todos os órgãos do Rio de Janeiro, é um relacionamento muito bom. E no momento eu não tenho nada que eu possa adiantar para os senhores”, disse Braga Netto.
Apesar da falta de informações sobre o que, efetivamente, a intervenção vai representar na vida da população do Rio e no combate à criminalidade, Jungmann e Etchegoyen falaram sobre a importância de que o presidente Temer esteja fazendo algo pela segurança.
Disse Jungmann:
“Eu quero chamar a atenção para o grau de determinação nessa decisão do presidente Temer. Dos remédios constitucionais para lidar com a crise, a intervenção é o de terceiro nível, só abaixo do estado de sítio e estado de defesa. Ou seja, o presidente, dentro do que lhe permite a Constituição, levou sua determinação de apoiar o Rio de Janeiro e combater a criminalidade naquilo que era possível fazê-lo”.
E também Etchegoyen:
“A população está sendo testemunha de um esforço definitivo do governo federal que há uma intervenção na área de segurança”.