Quem tem conversado com as principais lideranças do governo de Michel Temer já não esconde o clima de velório que se abateu sobre o Planalto.
Se, por um lado, Temer conseguiu uma importante vitória nesta terça aprovando a PEC do Teto dos gastos, por outro, desde sexta, quando o BuzzFeed revelou com exclusividade delações da Odebrecht, o governo vive seu pior momento político.
Dentro do governo, há um plano traçado para se tentar sobreviver até o ano que vem.
Contudo, a travessia de 2016 encontra novas pedras no caminho a cada dia.
Um exemplo foi dado hoje, em meio a crise, o líder do Democratas no Senado, Ronaldo Caiado, defendeu a realização de novas eleições.
Além de liderar um dos principais partidos da base de Temer, Caiado ainda é querido nos movimentos de rua que promoveram as mais importantes passeatas contra Dilma Rousseff.
A instabilidade do governo tem feito com que parlamentares discutam já com mais força nomes para uma eventual queda de Temer.
Se o presidente sair ainda este ano, haveria a realização de eleições diretas — e Caiado sem dúvida seria um dos candidatos.
Caso a saída se dê no ano que vem, eleições indiretas seriam realizadas e o Congresso elegeria um presidente para comandar o país até 2018.
Nesse cenário, os nomes de Nelson Jobim, e até mesmo da presidente do STF, Cármen Lúcia, ganham força.
Na semana passada Jobim circulou por Brasília distribuindo sorrisos e abraços. Quem esteve com ele disse que, do manual do candidato, só faltou beijos em crianças.
No Congresso, após Cármen Lúcia ter participado da manutenção pelo STF de Renan Calheiros na presidência do Senado, seu nome também passou a circular nas bocas dos parlamentares.
A semana só está começando e ainda promete em Brasília.
Além da PEC do Teto, o governo quer, na quinta-feira, aprovar parecer favorável à PEC da Reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara.