A Câmara dos Deputados aprovou agora há pouco projeto para derrubar um decreto editado pelo governo que ampliaria o número de servidores com poder para decretar sigilo a documentos da administração.
A derrota, a primeira do novo governo na Câmara, expõe a insatisfação dos deputados com a articulação política do Palácio do Planalto.
Mais cedo, em reunião de líderes, o representante dos governistas, deputado Vítor Hugo (PSL-GO), havia pedido para que o projeto não fosse pautado — e acabou tendo seu pedido ignorado.
Além da insatisfação dos deputados, a votação também embute um recado do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ao Planalto: se a relação com ele não for azeitada, nem sequer decretos de interesse do governo passarão pelo Congresso, quanto mais a reforma da Previdência.
Além da Câmara, o governo também teve um outro revés nesta terça-feira, mas no Senado.
A comissão de Fiscalização e Controle aprovou um convite para que o ex-ministro Gustavo Bebianno vá ao Congresso para dar explicações sobre o suposto laranjal de candidatas do PSL e uso dos recursos do fundo eleitoral em empresas de dirigentes e parlamentares da sigla.
No caso do Senado, por se tratar de um convite, Bebianno não é obrigado a comparecer à comissão, mas mantém viva a crise política no governo.
Em relação ao decreto, ele ainda precisa ser votado no Senado para que seja definitivamente derrubado.