O ministro do STF Gilmar Mendes ironizou, na tarde desta quinta-feira, uma ação do Ministério Público Federal que questiona o ensino religioso confessional nas escolas.
Segundo ele, a onda de questionamentos pode desaguar em pedidos para se retirar o Cristo Redentor do Morro do Corcovado, no Rio de Janeiro, e até mesmo a mudança do nome de Estados, como o Espírito Santo que, de acordo com o ministro, poderia se chamar “Espírito de Porco”.
Disse Gilmar:
"Em algum momento [vamos] chegar ao ponto de discutir a retirada da estátua do Cristo Redentor do morro do Corcovado, por simbolizar a influência cristã em nosso país?
Ou a extinção do feriado nacional de Nossa Senhora da Padroeira, Nossa Senhora Aparecida?
A alteração dos nomes dos Estados? São Paulo passaria a chamar Paulo?
Santa Catarina passaria a chamar Catarina?
Espírito Santo… poderia se pensar num Espírito de Porco?”
No julgamento, Gilmar foi favorável à aplicação do ensino religioso dito confessional nas escolas, quando uma determinada religião é ensinada.
De acordo com ele, o fato de uma determinada religião, em especial a cristã, ser ensinada nas escolas, não representa um doutrinamento das crianças, uma vez que a disciplina não é obrigatória.
Até agora, o placar no STF está em 4 a 3 pela permissão do ensino confessional.
Junto de Gilmar estão os ministros Alexandre de Moraes, Dias Toffoli e Edson Fachin.
Por outro lado, os ministros Luís Roberto Barroso, Rosa Weber e Luiz Fux acreditam que o ensino religioso deve ser ministrado não por religiosos, mas sim por professores, que farão uma abordagem histórica sobre as diversas religiões.