O doleiro Lúcio Funaro fechou seu acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal.
Autorizado pela Justiça nesta segunda-feira a voltar para a carceragem da Polícia Federal, ele passará a semana prestando depoimentos sobre os cerca de 50 anexos entregues aos procuradores.
A delação atinge a cúpula do PMDB e a expectativa de quem acompanha o caso é que ela seja enviada para o ministro do STF Edson Fachin já na próxima semana para homologação.
O fechamento do acordo foi publicado por O Antagonista às 21h30 de ontem. Procuradores envolvidos no caso disseram que a reunião que selou o pacto se estendeu até depois das 0h.
Trechos da delação de Funaro devem ser usados pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, na denúncia que fará contra o presidente, Michel Temer, por obstrução à Justiça.
Apesar de dizer que o dinheiro que recebeu do empresário Joesley Batista através de sua irmã quando estava preso era um “saldo de propina”, os procuradores entendem que, na visão do dona da J&F, a grana também serviu para manter calmos os ânimos de Funaro e evitar que ele fizesse uma delação.
Outro ponto da delação diz respeito ao advogado e amigo próximo de Temer, José Yunes. O doleiro admite que ele fez a entrega de dinheiro de propina da Odebrecht no escritório de advocacia de Yunes em São Paulo.
Episódios de sua atuação junto aos ex-presidentes da Câmara Eduardo Cunha e Henrique Alves, inclusive com repasses de dinheiro ao exterior também serão detalhados pelo doleiro.
Outro citado é o ministro Moreira Franco, figura de quem Funaro falou muito mal enquanto estava no presídio da Papuda.