A Polícia Federal deflagrou na manhã desta sexta-feira (18) duas etapas da operação Lava Jato e prendeu o ex-líder do PT na Câmara Cândido Vaccarezza.
Ele é suspeito de ter recebido propinas do esquema de desvios da Petrobras e foi acusado por delatores como o doleiro Alberto Yousseff e o ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa.
De acordo com os investigadores, Vaccarezza teria usado sua influência de líder do PT para viabilizar a contratação de empresas estrangeiras pela Petrobras.
De acordo com o Ministério Público, após a celebração de contratos, em especial com a empresa norte-americana Sargeant Marine, para o fornecimento de asfalto à Petrobras, US$ 500 mil foram destinados a Vaccarezza.
Os investigadores ainda apuram se parte desse dinheiro foi dividido com outros deputados ligados ao ex-líder petista.
Vaccarezza também foi citado nas delações da Odebrecht e acusado de pedir dinheiro à empresa para aprovação pela Previ da aquisição da torre comercial e do shopping center no empreendimento Parque da Cidade, na Marginal Pinheiros, na Zona Sul de São Paulo.
ROTINA
Investigado desde 2015, Vaccarezza temeu ser preso nas primeiras fases da Lava Jato.
Já sem mandato e fora do PT — que deixou após divergências com Dilma Rousseff — submergiu e, nas poucas aparições, tentava provar sua inocência.
À medida que o tempo passou e seu inquérito não andava, ganhou segurança e voltou a frequentar o círculo político.
Não raro visitava a Câmara dos Deputados para conversar com antigos colegas e tentar retornar à política.
FASES
Batizadas de “Sem Fronteiras” e “Abate”, as duas novas fases da Lava Jato cumprem ao todo seis mandados de prisão, 11 de condução coercitiva e 29 de busca a apreensão.