Em quatro lugar nas pesquisas, segundo o último Datafolha, a convenção do tucano Geraldo Alckmin foi até agora a que mostrou maior força política e musculatura para a disputa da eleição presidencial.
Diferente de outras convenções, em que os candidatos como Ciro Gomes (PDT), Jair Bolsonaro (PSL) e Henrique Meirelles (MDB) apareceram praticamente isolados, Alckmin conseguiu reunir presidentes de outras siglas, como DEM, PSD e PPS no lançamento de sua candidatura neste sábado, em Brasília.
O arco de alianças formado pelo tucano lhe garantirá quase metade do tempo de televisão e mais dinheiro do fundo eleitoral para as disputas.
"Vamos mudar o Brasil e devolver aos brasileiros a dignidade que lhes foi roubada”, disse Alckmin em seu discurso como candidato oficial, prometendo emprego aos brasileiros e uma reunificação nacional que, segundo ele, acabou por acontecer após o PT produzir a política do “nós contra eles”.
Mas, ao mesmo tempo em que conseguiu o apoio o DEM, PSD, PRB e PPS, Alckmin também trouxe para si alguns dos partidos protagonistas na Lava Jato e manchados por escândalos de corrupção, como o PP de Ciro Nogueira, o PTB de Roberto Jefferson e o PR de Valdemar Costa Neto.
Há também investigados no DEM, no próprio PSDB, tendo Aécio Neves como símbolo, e no PSD, o próprio presidente Gilberto Kassab.
O PP, inclusive, lhe emprestou a vice, a senadora Ana Amélia, nunca tentativa de obter votos conservadores que hoje estão com Bolsonaro e no agronegócio. Muito assediada, Ana Amélia disse que não será um Temer para Alckmin, dizendo que será leal ao companheiro de chapa. Ela disse ter entrado na chapa porque acredita que Alckmin será capaz de fazer um governo austero, com ampliação da presença das mulheres na política e com respeito à diversidade.
Apesar de Roberto Jefferson e Valdemar Costa Neto não estarem presentes no evento, seus nomes foram citados diversas vezes do palco.
CONVENÇÃO DO PSDB: Marconi Perillo comete uma gafe. Ao dar as boas vindas aos presidentes de partidos da coligação, chama o ex-presidiário e dono de fato do PR (apesar de nem mesmo filiado ao partido ele ser), Valdemar Costa Neto, de "presidente do PR".
EVENTO
Com a questão política acertada dias antes da convenção, o evento foi um ato pró-forma para referendar a candidatura à presidência, vice e as alianças com os partidos do centrão, que tenta mudar sua alcunha para “centro democrático”.
A juventude tucana se fez presente com bumbos e tambores, fazendo barulho e entoando palavras de ordem sempre que possível.
Entre os discursos, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse que o momento histórico está para a vitória de Alckmin e o senador José Serra pediu que, uma vez eleito, ele leve à frente a bandeira do parlamentarismo.
MARINA
Também neste sábado a Rede oficializou a candidatura de Marina Silva à presidência, tendo como vice Eduardo Jorge.
Na convenção uma serie de apresentações artísticas e folclóricas foram realizadas e o ator Marcos Palmeira foi o mestre de cerimônias,
Segundo o Jornal Folha de S. Paulo, aconteceu ainda um fato inusitado no evento. Um tucano, a ave, apareceu no evento.
Apesar de a ave ser o símbolo do PSDB, a candidata foi rápida no discurso e se saiu com uma alfinetada em Alckmin.
"Os tucanos de verdade sabem quem ainda está comprometido com a social-democracia", afirmou ela.
PESQUISAS
De acordo com o último Datafolha, tendo Fernando Haddad como candidato do PT, Bolsonaro (19%) lidera, e Marina (15%) surge em patamar próximo. Na sequência surgem Ciro (10%) e depois Alckmin (7%).