
Forte aliada de Bolsonaro desde a eleição, a bancada ruralista no Congresso não gostou nada das postagens de Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) em suas redes sociais e que abriram uma crise diplomática com a China, principal parceiro comercial do país.
"Essa é a pior hora para termos problemas com a China", disse ao BuzzFeed News o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Alceu Moreira (MDB-RS).

Segundo ele, o país asiático está superando a crise do coronavírus e precisará se reabastecer, o que deve incrementar e diversificar a exportação de produtos brasileiros para lá.
“Pelos contratos que temos, seremos um grande fornecedor, e isso vai gerar emprego e renda para nós. Esse caso do filho do presidente da República é um fato isolado e absolutamente periférico, que não representa a posição do governo e nem do setor do agronegócio”, disse.
Na Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o ato de Bolsonaro foi extremamente reprovado, deixando diretores da entidade de “cabelo em pé”, segundo uma fonte contou ao BuzzFeed News. A entidade ainda não se manifestou.
Principal parceiro comercial do Brasil, a China foi responsável por 28,1% de nossas exportações em 2019, o que representam US$ 63 bilhões.
O agronegócio foi responsável por cerca de 35% de todos os produtos exportados para o país asiático.

As ofensas à China saíram do Twitter do filho do presidente, que comparou a pandemia do coronavírus ao acidente nuclear de Chernobyl. Os soviéticos ocultaram a dimensão do desastre.
Quem assistiu Chernobyl vai entender o q ocorreu.Substitua a usina nuclear pelo coronavírus e a ditadura soviética pela chinesa +1 vez uma ditadura preferiu esconder algo grave a expor tendo desgaste,mas q salvaria inúmeras vidas A culpa é da China e liberdade seria a solução https://t.co/h3jyGlPymv
A resposta veio logo depois: o embaixador Chinês no Brasil, Yang Wanming, repudiou o post de Eduardo e exigiu um pedido de desculpas por parte do governo.
A parte chinesa repudia veementemente as suas palavras, e exige que as retire imediatamente e peça uma desculpa ao povo chinês. Vou protestar e manifestar a nossa indignação junto ao Itamaraty e a @camaradeputados. @BolsonaroSP @ernestofaraujo @RodrigoMaia
O primeiro a reagir à crise entre os dois países foi o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ):
Em nome da Câmara dos Deputados, peço desculpas à China e ao embaixador @WanmingYang pelas palavras irrefletidas do Deputado Eduardo Bolsonaro.
O chanceler Ernesto Araújo, ligado à ala olavista do governo e próximo de Eduardo, disse que o filho do presidente não representa o governo. Ele queixou-se do tom da resposta do embaixador chinês.
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