Alegando que "a simples guarda" de R$ 51 milhões num apartamento não configura o crime de lavagem ou ocultação de bens, a defesa do ex-ministro Geddel Viera Lima (MDB-BA) tentará impedir, nesta terça-feira, que o político vire réu perante o STF.
Sem nunca ter explicado de onde surgiu o dinheiro, nem ter admitido, ou desmentido, que a quantia era sua, a defesa segue duas linhas básicas para tentar livrar o ex-ministro, seu irmão, deputado Lúcio Viera Lima (MDB-BA), e a mãe dos deles, Marluce, de denúncia apresentada pelo Ministério Público.
Por um lado, diz que a "simples" guarda dos valores...
Não configuraria o crime de ocultação ou lavagem.
E, apesar de o dinheiro ter ficado por um tempo na casa de sua mãe, depois ter sido transferido em duas ocasiões para apartamentos vizinhos num mesmo prédio, não significa que ele estava tentando esconder o montante "pretensamente" fruto de corrupção.
Noutra linha, a defesa tenta invalidar e derrubar todas as provas, incluindo ai os R$ 51 milhões encontrados no "bunker".
Para tal, diz que a busca no apartamento foi feita de maneira açodada. O certo, para a defesa, teria sido avisar Geddel da investigação e, antes de qualquer medida, ter chamado ele para esclarecer possíveis fatos...
E vai além, reclamando que a dica para o "bunker" surgiu de uma denúncia anônima, por isso, tudo deve ser invalidado.
Com essas premissas diz que a denúncia é inepta, não deve prosperar, e acusa a Polícia Federal de ter divulgado imagens como essa:
Para promover um espetáculo, uma vez que, na visão da defesa, faltam fundamentos jurídicos para a denúncia.
Por fim, na defesa enviada ao STF, diz que a acusação de que Geddel cometeu crimes de corrupção e desviou dinheiro não passa de uma "teia de ilações" contra o ex-ministro, que está preso desde setembro passado na Papuda, em Brasília.