Com o acordo firmado entre o governo e o Congresso, que conseguiu manter para suas próprias emendas R$ 19 bilhões de um montante inicialmente estimado em R$ 30 bilhões, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), quer colocar em ação um plano que lhe permitiria ser presidente do Senado por mais dois anos – algo que, hoje, é vetado.
Ainda não está claro como será feita a divisão do dinheiro, mas a expectativa é que a Câmara fique com cerca de R$ 12 a R$ 13 bilhões dos recursos para direcionar em obras ligadas a seus deputados – as chamadas emendas – e o Senado fique com o restante.
O texto que vai disciplinar como os recursos serão alocados ainda vai ser debatido pelo Congresso na semana que vem, mas, embora a previsão inicial fosse a de que o relator do orçamento, deputado Domingos Neto (PSD-CE), fosse o gestor desse dinheiro, quem vai na prática ter o comando dos recursos sãos os presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Davi Alcolumbre (DEM-AP).
Com essa dinheirama nas mãos, Alcolumbre busca angariar apoios para aprovar uma Proposta de Emenda à Constituição que permita a recondução do presidente do Senado, que hoje tem mandato de 2 anos, para mais um período no comando da Casa.
Além do uso político da distribuição das emendas com esse propósito, há ainda outro interesse de Alcolumbre.
O presidente do Senado quer fazer de Josiel Alcolumbre (DEM-AP), seu irmão, prefeito de Macapá. O envio de dinheiro para obras que tragam ganhos políticos para o clã político que Davi Alcolumbre tenta formar no Amapá é um bom início para divulgar uma candidatura a prefeito.