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Crises recentes evidenciam anarquia na campanha de Bolsonaro

Bolsonaro é líder, mas seus apoiadores vivem engalfinhados em brigas internas. Em SP, dirigente foi expulsa e em MS candidata ao Senado acusa presidente do partido de ameaça. E foi o próprio presidenciável que teve de enquadrar Mourão...

A sucessão de fatos dos últimos dias deixou clara na campanha de Jair Bolsonaro (PSL), o líder em todas as pesquisas, o grau de descoordenação a que se chegou dentro da estrutura que tenta levá-lo ao Planalto.

Como o BuzzFeed News noticiou, a secretária-geral do PSL em São Paulo, Letícia Catel, foi expulsa de seu cargo e da Executiva Nacional da sigla. No Mato Grosso do Sul, a candidata ao Senado pela sigla registrou boletim de ocorrência alegando ter sido ameaçada pelo presidente...do próprio partido.

Além das brigas nas seções regionais, a cúpula da campanha teve de enfrentar crises geradas pelas recentes aparições do candidato a vice, o general Hamilton Mourão (PRTB). Mourão causou problemas ao afirmar que famílias lideradas por mulheres, sem a figura paterna presente, eram fábricas de "desajustados".

Depois, numa tour pelo Rio Grande do Sul, o general conseguiu produzir fatos negativos para a campanha ao criticar a existência do 13º salário – o que horrorizou o comando da campanha a menos de 10 dias do primeiro turno – e defender a renegociação dos juros da dívida pública – uma heresia equivalente ao calote para o setor financeiro.

Não foi a campanha, mas o próprio Bolsonaro, ainda internado no hospital Albert Einstein, que teve de frear o vice numa entrevista ao Brasil Urgente, da Band.

"Falei claramente nas redes sociais que demonstra desconhecer a Constituição e agride o trabalhador. Falei para ele ficar quieto porque está atrapalhando", disse o candidato, na já célebre entrevista em que disse que não reconhecerá o resultado da eleição, caso seja derrotado

"Um vice geralmente não apita nada, mas atrapalha muito", disse, como adendo.

Sem a intervenção pessoal de Bolsonaro, não há uma estrutura formal no partido e na campanha capaz de responder acusações com rapidez ou coordenar a ação dos membros da sigla, sejam da cúpula ou da arraia-miúda do PSL.

Quem acompanha o partido diz que ele funciona muito mais no papel que como uma organização partidária, com comando e unificação de mensagens e ações.

Em meio a este cenário, há cerca de três semanas, ainda houve uma recente mudança na equipe de marketing do presidenciável.

O trabalho, que antes era feito pelo publicitário paraibano Lucas Salles, uma indicação do vice-presidente da sigla, Gulliem Lemos, é hoje comandado por Marcos Carvalho, da AM4, indicado pelo presidente do PSL, Gustavo Bebianno.

O presidente do partido, aliás, parece ser a única peça imutável da campanha para além de Bolsonaro e seus filhos.

Desde que conheceu o candidato, colaborando como advogado e depois em sua articulação política, nada mais fez que ganhar força no PSL e venceu todas as disputas internas, como no caso contra Letícia Catel. Tem mostrado força até mesmo junto da chama "ala dos generais", que reúne a parte militar da campanha.

Também coube a Bebianno realizar a aproximação de Bolsonaro com o empresário carioca Paulo Marinho.

Até antes da tentativa de assassinato de Bolsonaro, o QG da campanha funcionava na casa de Marinho, uma mansão em área nobre do Rio de Janeiro.

Ele também é o primeiro suplente de Flávio Bolsonaro em sua disputa por uma vaga ao Senado da República.

Veja também:

Os principais pontos da entrevista de Bolsonaro ao Datena

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