Exatamente na semana em que o racha interno do partido do presidente Jair Bolsonaro, o PSL, ganhou suas maiores proporções, com parte da bancada querendo deixar a sigla sem abrir mão do dinheiro dos fundos partidários, a ação contra o presidente da legenda, Luciano Bivar (PE), veio a calhar à ala bolsonarista que luta pela hegemonia na legenda.
Ontem a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Luciano Bivar, em Pernambuco. A ação faz parte da investigação sobre o suposto esquema de candidatos-laranjas do PSL.
Com o presidente do partido sendo alvo da PF, deputados pró-Bolsonaro tentam usar isso como trunfo jurídico e, assim, deixar a sigla sem sofrerem restrições.
Dentro da ala do PSL que apoia Bivar, há uma fala corrente: de que o presidente do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de Pernambuco, corte que ordenou a busca a apreensão que tinha Bivar como alvo, também possui seus interesses.
Frederico Ricardo de Almeida Neves tenta, pelo menos desde 2015, ser indicado para uma vaga no STJ (Superior Tribunal de Justiça). É o presidente Bolsonaro que pode colocar quem ele queira no STJ, desde que uma vaga seja aberta.
Ontem, o advogado de Luciano Bivar divulgou nota manifestando "estranheza" pelo fato de a ação da PF ter acontecido no mesmo momento em que Bivar está em conflito com Bolsonaro, sendo que "o inquérito já se estende há 10 meses".