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Bolsonaro agora ataca o ministro da Saúde e o coronavírus continua se espalhando

O presidente quase demitiu Luiz Henrique Mandetta ao vivo em entrevista à Jovem Pan. Enquanto presidente se queixa da "histeria", país registra 7.910 casos e 299 mortes.

De ontem para hoje o Brasil registrou mais 1.074 casos confirmados de coronavírus no país, totalizando 7.910 pessoas infectadas, com 299 mortes. Pouco tempo depois da divulgação dos números, Jair Bolsonaro se pronunciou e atacou o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, a quem, segundo o presidente, falta "humildade."

O presidente escolheu uma entrevista à rádio Jovem Pan, de São Paulo, para criticar o ministro responsável pelo combate à epidemia. Segundo o presidente, o Ministério da Saúde criou um clima de pânico e histeria, que contagiou quem lá trabalha.

“O Mandetta já sabe que a gente está se bicando há algum tempo, [mas] não pretendo demiti-lo no meio da guerra”, disse o presidente.

O ministro segue o protocolo da Organização Mundial de Saúde e tem recomendado o isolamento social como meio de retardar a curva de contágio do vírus para evitar o colapso do sistema de saúde.

Bolsonaro prega que somente idosos e portadores de outras doenças deveriam ficar isolados. As demais pessoas deviam retornar imediatamente a seus postos de trabalho e à circulação pelas ruas. Esta política foi abandonada por países europeus depois que o contágio e as mortes explodiram no continente.

“[O] Mandetta em alguns momentos teria que ouvir um pouco mais o presidente da República”, disse Bolsonaro, que desferiu outros golpes contra seu ministro e deixou em dúvida sua permanência no cargo após a crise da covid-19.

“Ele cuida da saúde, o [Paulo] Guedes da Economia, e eu entro no meio para não haver atritos, pois as duas áreas são importantes”, disse.

“O Mandetta quer fazer valer muito a vontade dele, pode ser que esteja certo, mas está faltando humildade dele”, completou.

“Agora eles [técnicos do Ministério da Saúde] têm de botar os pés no chão e entender que se destruir os empregos, destrói o país”.

Ouvido pelo jornal Folha de S.Paulo, o ministro Mandetta evitou rebater diretamente as declarações do chefe com ambiguidade.

"Não comento o que o presidente da República fala. Ele tem mandato popular, e quem tem mandato popular fala, e quem não tem, como eu, trabalha", declarou o ministro. Aqui a íntegra.

Nela, o presidente também atacou duramente os governadores João Doria, de São Paulo, e Wilson Witzel, do Rio de Janeiro.

Ambos estão alinhados com Mandetta e determinaram o fechamento de comércio e suspensão de aulas nas escolas para combater o coronavírus.

Bolsonaro disse que Doria se transformou no porta-voz dos governadores e faz um “discursinho barato, ginasial”. Citou que apesar de ele ter usado o slogan Bolso-Doria para se eleger em São Paulo, hoje só quer fazer política para tentar enfrentar o presidente em 2022.

“Com todo respeito aos governadores vocês estão muito mal de porta-voz. Vocês sabem quem é. Não precisamos ter esse porta-voz que faz demagogia barata, que é o de São Paulo. Hoje demos R$ 16 bilhões para o fundo dos Estados, mas daqui a mais três meses não teremos mais”, disse. “Não venha esse porta-voz com discursinho barato, ginasial, que o governo tem dinheiro, que tem a casa da moeda e pode rodar moeda. Se rodar moeda vem inflação e ai acaba o Brasil”, completou.

Sobre Witzel, ele fez um desafio para que fosse às comunidades do Rio e visse como se encontram as geladeiras de quem está sem poder trabalhar. Depois, lançou a mesma provocação a Doria.

Após as criticas, disse que seu objetivo é fazer o comércio voltar a operar. E que, se os governadores não fizerem isso, ele está com uma medida provisória pronta para reabrir as lojas e colocar os trabalhadores informais de volta a seus postos.

“O meu sentimento é: comecem a abrir. Se não quer abrir de uma vez, vai abrindo devagar”, comentou, acrescentando que, caso isso não seja feito, “ eu vou assinar essa medida” para a reabertura.

Ainda durante a entrevista Bolsonaro disse que o que esses governadores estão fazendo trará consequências piores que a do próprio vírus.

Também destacou que é preciso se compreender o que ele considera uma realidade: a de que 70% da população será contaminada. De acordo com Bolsonaro, alguns vão morrer nesse processo, mas o Brasil superará a crise como já superou o que ele chamou de outras crises “mais graves” envolvendo vírus.

Por fim, disse que o seu papel como presidente é acalmar a população. “A primeira coisa como chefe de Estado é levar calma, calma. É igual na guerra. ‘Calma bicho, você pode levar um tiro na cara, pode’. Mas vamos fazer de tudo pra não levar”.

Ainda antes de se despedir disse que, a pedido de católicos e evangélicos, vai marcar um dia nacional de jejum para debelar “o mal” que é o coronavírus.

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