Com a perspectiva de ser sabatinando pelo Senado em duas semanas, o nome de Augusto Aras vem ganhando força na Casa e sua aprovação é dada como certa por um grupo de parlamentares que apoia a indicação de Jair Bolsonaro para o comando do Ministério Público Federal.
Entre os que estão operando para a aprovação é frequente o comentário de que as críticas que Aras tem recebido de procuradores ligados à Lava Jato e defensores da lista tríplice para a escolha do novo procurador-geral da República não o enfraquecem. Pelo contrário, o fortalecem.
A avaliação é que Aras encerrará o ciclo iniciado por Raquel Dodge, afastando o MPF do discurso mais ferrenho de combate à corrupção no mundo político, personificado pelos ex-procuradores Roberto Gurgel e Rodrigo Janot.
Com sua indicação confirmada pelo presidente Jair Bolsonaro, na semana passada, Aras começará nos próximos dias um périplo pelo Senado, visitando gabinetes e expondo aos senadores sua visão do Ministério Público.
Ele deverá fazer críticas pontuais à Lava Jato e ao "personalismo" da operação, que deu destaque ao procurador Deltan Dallagnol, e defender uma instituição que ande de mãos dadas com os demais Poderes para a recuperação da economia no país, deixando a política — e os políticos — com mais segurança para trabalhar tal movimento.
O grupo que apoia Aras pondera ainda que mesmo nos partidos de oposição não haverá rejeição maciça ao novo procurador. Dentro da ideia de que Aras é o nome que encerrará o ciclo que parte dos senadores classifica como "criminalização da política" pelo MPF, poucos opositores querem se indispor com o futuro chefe do Ministério Público.