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E agora é a Joice que está pedindo calma aos bolsonaristas no Twitter

Os bolsonaristas nas redes sociais subiram a hashtag #CentraoBlocoDeLadrao, mas os bolsonaristas no Congresso precisam do centrão para aprovar a reforma.

A hashtag #CentraoBlocoDeLadrao, que está nos trending topics do Twitter desde a manhã, começou com esta fala de ontem do deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), em evento do 1º de maio:

No ato unificado de várias centrais sindicais, Paulinho — que é ligado à Força Sindical — disse que é preciso convencer os partidos do chamado centrão a "desidratar" a reforma da Previdência para impedir a reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PSL).

"Se fizermos uma reforma que dê R$ 1 trilhão em dez anos, significa que daríamos em três anos ao Bolsonaro R$ 330 bilhões. Ou seja, isso garante a reeleição dele. Esse é o discurso com muitos partidos que não têm interesse na eleição do Bolsonaro. É possível trazer esses partidos para uma posição de desidratar a reforma”, disse Paulinho.

O centrão é formado por partidos como DEM, PSD, PP, PR, PRB e o próprio Solidariedade, presidido por Paulinho — aquilo que Bolsonaro já chamou de "velha política".

E, depois da declaração de Paulinho, os bolsonaristas nas redes sociais resolveram soltar os cachorros não só em cima dele, mas de todo o centrão.

ESSA CORJA PREFEREM VER O BRASIL EM ESTADO DE CALAMIDADE PÚBLICA, QUASE UMA VENEZUELA DO QUE VEREM BOLSONARO REELEITO. VIVA AS REDES SOCIAIS, ASSIM VAMOS MARCANDO A CARA DOS INIMIGOS DO POVO. #CentraoBlocoDeLadrao @dep_paulinho

Ta faltando articulacao. #CentraoBlocoDeLadrao

Só que para a reforma da Previdência ser aprovada o governo Bolsonaro precisa dos votos do centrão.

Uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição), como a da reforma, precisa ser votada em dois turnos nas duas Casas do Congresso, Câmara e Senado, e só é aprovada se tiver os votos de 3/5 dos deputados (308) e dos senadores (49).

Ou seja, só com os votos da "nova política" não dá. E por isso os bolsonaristas do Congresso correram para tentar apagar o fogo — mesmo uma costumaz incendiária, como a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), líder do governo no Congresso:

Caros, a bobagem dita pelo @dep_paulinho sobre enfraquecer a #NovaPrevidência para impedir eventual reeleição de @jairbolsonaro Ñ REFLETE A OPINIÃO DA MAIORIA. Não compactuo com injustiças. Precisamos dos partidos de Centro pra aprovar o texto. MAIS FOCO E MENOS BELIGERÂNCIA.

Joice defendeu o centrão: disse que "a bobagem" dita por Paulinho "não reflete a opinião da maioria".

A deputada estadual Janaina Paschoal (PSL-SP) pediu: "Vamos pensar no Brasil e deixar as eleições para depois".

Vamos pensar no Brasil e deixar as eleições para depois. O foco no presente é o que falta. A Reforma da Previdência será a maior Reforma Social dos últimos tempos. Ela é necessária, todos sabem, apesar de não reconhecerem.

Rogério Marinho, que o secretário de Previdência e Trabalho e responde diretamente ao ministro Paulo Guedes (Economia), disse que esperava que a declaração de Paulinho "não seja verdade":

Espero que a notícia abaixo não seja verdade, esse é o momento de todos pensarem no Brasil e nas próximas gerações e menos nas próximas eleições. https://t.co/iLep1XpspE

Os próprios integrantes do centrão fizeram questão de se distanciar de Paulinho, tentando por panos quentes.

O deputado Marcelo Ramos (PR-AM), presidente da Comissão Especial da reforma da Previdência, disse que ela é "o Plano Real desta década" e não será impedida por "nenhum interesse menor".

A Reforma da Previdência é o Plano Real dessa década. Ela é maior que partidos, que pessoas e que eleições. Ela é do Brasil e dos Brasileiros. Nenhum interesse menor vai nos impedir de servir ao país.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), também minimizou as declarações de Paulinho e disse que não está preocupado com as eleições de 2022.


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