Um fotógrafo registrou o trabalho heroico de resgate dos animais queimados e feridos na Austrália

    John Moore fotografou o trabalho dos voluntários que ajudaram no resgate e no tratamento dos animais selvagens feridos.

    A onda de incêndios que atingiu a Austrália no fim de 2019 e no começo deste ano deixou um saldo terrível de mais de 20 pessoas mortas, 10 milhões de hectares de vegetação devastados e milhões de animais silvestres – muitos deles típicos da Austrália, como cangurus, coalas e vombates – mortos.

    John Moore, correspondente especial e fotógrafo sênior da Getty Images, passou dez dias na Austrália entre janeiro e fevereiro deste ano e registrou o trabalho dos voluntários que ajudaram no resgate e tratamento dos animais selvagens feridos.

    Na entrevista abaixo, Moore contou ao BuzzFeed News como produziu esse trabalho.

    Qual era sua ideia quando você decidiu ir para a Austrália?

    Eu queria dar uma contribuição visual à cobertura jornalística do incêndio florestal, que os fotojornalistas da Austrália estavam cobrindo muito bem há meses. A atenção do público tende a passar rapidamente de uma história para a outra, então meu objetivo era tentar manter o interesse nessa tragédia da vida selvagem por um tempo mais longo, fotografando-a de uma maneira diferente.

    E como estava a situação do incêndio quando você chegou?

    Os incêndios ainda estavam acontecendo quando cheguei, embora não tão intensamente quanto antes. Decidi passar um tempo com a comunidade de cuidadores dos conservacionistas da vida selvagem que resgatam animais queimados e feridos, providenciam tratamento para eles e depois cuidam deles até que retomem a saúde. Então, o foco da minha história mudou um pouco, para incluir também o elemento humano dela.

    O que deixou você mais impressionado?

    Fiquei realmente impressionado com a dedicação, gentileza e até amor que a vasta rede de cuidadores dá a essas nobres criaturas. Como se viu, muitos dos cuidadores precisavam ser evacuados de suas próprias casas e centros de atendimento. Todos eram, de fato, sobreviventes.

    Você já havia coberto alguma situação parecida?

    Cobri questões de imigração nos EUA e na América Latina há anos, mas na década anterior fotografei globalmente. O trabalho da comunidade de cuidadores australianos, de certa forma, ecoa a dedicação dos médicos e os atos altruístas de bondade que já vi entre os camaradas nas zonas de guerra. Não é a mesma coisa, é claro, mas existem algumas semelhanças.

    Você já trabalhou na cobertura de desastres naturais e de crises humanitárias. Você acha que as pessoas tendem a minimizar crises em que os mais afetados são os animais?

    Fotografei inúmeras catástrofes naturais, incluindo terremotos, furacões, fome, seca, peste pneumônica, ebola e muito mais. Os seres humanos têm a primeira prioridade em todos esses desastres, e acredito que geralmente deve ser assim – não apenas a única prioridade. É uma escolha falsa dizer que seres humanos ou animais que estão sofrendo deveriam receber nossa atenção total. Tem que ser ambos, se queremos que este planeta sobreviva de uma forma reconhecível, para todos nós.


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