A deputada estadual paulista Janaina Paschoal escreveu hoje no Twitter que não tem ideia do que se passa em seu partido, o PSL, em meio a briga entre a ala fiel ao presidente Jair Bolsonaro e a ala pró-Luciano Bivar, presidente da legenda.
Janaina é uma peça importante na chegada de Bolsonaro e do PSL ao poder.
Professora de Direito, ficou nacionalmente conhecida pelo pedido de impeachment de Dilma Rousseff (PT). Em 2018, foi cogitada como candidata a vice de Bolsonaro, mas disse que não queria se mudar para Brasília e preferiu disputar uma vaga de deputada estadual. Teve mais de 2 milhões de votos — um recorde na história do Brasil.
Agora, com o partido vivendo em conflito aberto, disse que não sabe o que fazer.
O racha no partido ficou escancarado depois que Bolsonaro foi filmado dizendo a um apoiador para "esquecer o PSL" e que Bivar está "queimado" e tem como pano de fundo a divisão do fundo partidário e das verbas eleitorias para 2020 e 2022.
O PSL era um nanico pobre que ganhou na loteria com a eleição de Bolsonaro, levando de carona 50 deputados. O fundo partidário saltou de R$ 17 milhões por ano para 110 milhões esse ano e quase R$ 200 milhões na eleição do ano que vem.
Desde então, a disputa entre bolsonaristas e bivaristas pelo controle do partido (e dos recursos) subiu de tom. A pró-Bolsonaro pediu uma auditoria nas contas do PSL. A resposta de Bivar também foi pedir uma auditoria — só que nas contas da campanha eleitoral de Bolsonaro.
Na terça-feira, a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Bivar como parte da investigação sobre o uso de candidatos-laranja pelo PSL nas eleições de 2018.
O advogado de Bivar manifestou "estranheza" pelo fato de ação da PF, que é subordinada ao Ministério da Justiça, de Sergio Moro, acontecer justamente em meio a sua briga com o presidente da República.
E ontem houve a tentativa de colocar o deputado Eduardo Bolsonaro, filho do presidente, como líder da bancada do PSL na Câmara...
O atual líder é o deputado Delegado Waldir (PSL-GO), pró-Bivar. A ala bolsonarista entregou uma lista com a assinatura de 27 deputados (mais da metade dos 53 deputados do PSL, portanto) pendindo a substituição de Waldir por Eduardo.
Mas os deputados bivaristas prepararam uma contra-lista, dessa vez com 32 assinaturas, pedindo a manutenção de Waldir na liderança do partido. Hoje a Secretaria-Geral da Mesa da Câmara declarou que Delegado Waldir permance como líder do PSL na Casa, em derrota para Bolsonaro.