O candidato peronista Alberto Fernández venceu no primeiro turno a eleição presidencial argentina, derrotando — por uma margem mais apertada do que apontavam as pesquisas — o atual presidente, Mauricio Macri.
Com isso, a esquerda volta ao poder na Argentina depois de apenas um mandato de Macri, que tem um discurso pró-mercado e não conseguiu recuperar a economia do país.
A crise econômica da Argentina envolve recessão, inflação crescente e desconfiança internacional.
Quando Macri foi eleito em dezembro de 2015, interrompeu 12 anos de administração kirchnerista na Argentina — primeiro com Néstor Kirchner (morto em 2010), presidente de 2003 a 2007, e depois com a mulher dele, Cristina Kirchner, que presidiu o país de 2007 a 2015.
Alberto Fernández, que tem Cristina como vice, põe a esquerda de volta ao poder no país vizinho e movimentou o debate político no Brasil.
Depois de anunciada sua vitória na eleição, Fernández postou no Twitter um foto fazendo um L com as mãos e manifestando apoio ao ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, "um homem extraordinário que está injustamente preso há 1 ano e meio".
A esquerda brasileira também comemorou o fato de Estanislao Fernández, filho do presidente eleito, apresentar-se como drag queen. Estanislao usa o nome DYZHY nas redes sociais.
O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, declarou que lamentava a eleição de Fernández e disse que não pretende cumprimentá-lo pela vitória. "Eu não tenho bola de cristal, mas acho que a Argentina escolheu mal", afirmou Bolsonaro, que apoiava Macri. "Agora o povo botou no poder quem colocou a Argentina no buraco lá atrás."
